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Vitórias à direita na América Latina, impulsionadas pela pauta da segurança, indicam possível reflexo no Brasil

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Brasília, 24 dez. 2025 – A escolha de José Antonio Kast para a Presidência do Chile reforçou a sequência de triunfos da direita na América Latina, movimento que ganha força a partir do desgaste de governos de esquerda e da preocupação crescente com a segurança pública.

Kast assume em março, sucedendo o esquerdista Gabriel Boric, e se une a líderes como Javier Milei, na Argentina, e Rodrigo Paz, na Bolívia. O trio exemplifica a guinada conservadora que passou a dominar parte do continente e que já desperta atenção no cenário eleitoral brasileiro para 2026.

Público busca respostas rápidas ao crime

Segundo Márcio Coimbra, diretor-geral do Instituto Monitor da Democracia, propostas de enfrentamento direto à criminalidade se tornaram“pilar central” das campanhas vitoriosas. Para ele, o histórico de alto impacto do tema segurança nas urnas brasileiras indica que o país pode repetir, em 2026, a tendência observada nos vizinhos.

Pressão contra regimes de esquerda

O reposicionamento regional contrasta com a permanência de governos autoritários de esquerda em Venezuela, Cuba e Nicarágua. Nas últimas semanas, o presidente norte-americano Donald Trump intensificou sanções a Caracas – incluindo bloqueio a petroleiros – e reforçou a presença militar no Caribe. As medidas receberam apoio aberto de Milei e Kast, ampliando o isolamento do regime de Nicolás Maduro.

Frustração acelera alternância

Para Eduardo Galvão, diretor de relações públicas da consultoria Burson, o eleitor latino-americano responde, sobretudo, à frustração com inflação, baixo crescimento e serviços precários. Redes sociais encurtam o“tempo de tolerância” com os governos, tornando o pêndulo político mais rápido e instável. No Brasil, avalia, a permanência ou não da esquerda dependerá da capacidade do governo de entregar crescimento e estabilidade.

Mapa político em transformação

Hoje, seis países sul-americanos – Chile, Argentina, Paraguai, Bolívia, Equador e Peru – são governados por dirigentes alinhados à direita ou ao centro-direita. Brasil, Uruguai e Colômbia permaneceram ou migraram para a esquerda nos últimos anos, enquanto México e República Dominicana mantêm administrações de centro-esquerda. Analistas veem espaço para novas viradas conservadoras nas próximas disputas eleitorais.

No caso brasileiro, a eleição de 2026 é tratada como possível referendo entre manter políticas progressistas, representadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ou adotar um caminho mais conservador, à semelhança dos vizinhos que já optaram pela mudança.

Com informações de Gazeta do Povo