A deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS) destinou uma emenda de R$ 1,2 milhão à União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (Umespa), que empregou quatro militantes de esquerda como motoristas no projeto “Identidade – Diálogos e Reflexões sobre o Preconceito e a Violência”.
A verba foi repassada pelo Ministério da Igualdade Racial e é voltada a ações de combate ao racismo e à violência em escolas da Região Metropolitana de Porto Alegre. Segundo a Umespa, parte dos recursos — cerca de R$ 150 mil no primeiro semestre de 2025 — remunerou os motoristas, que recebem pouco mais de R$ 6,5 mil mensais por 40 horas semanais, com veículo e combustível fornecidos pela entidade.
Todos os contratados têm histórico de atuação política. Entre eles está Vitória da Silva Cabreira, ex-presidente da Umespa, coordenadora estadual do movimento Juventude Pátria Livre (vinculado ao PCdoB) e suplente de Daiana na Câmara Municipal de Porto Alegre, onde assumiu mandato em 2021.
A seleção ocorreu por chamamento público que exigia comprovação de experiência como motorista. Reportagem do portal UOL, publicada nesta segunda-feira (11), apontou que nenhum dos escolhidos apresentou currículo consistente na área.
Negações de interferência
Em nota, Daiana Santos afirmou ter apenas indicado a destinação da emenda e que não interfere na execução, “de competência exclusiva da Umespa”, sujeita a fiscalização dos órgãos responsáveis. A entidade e os contratados também negam influência política no processo.
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Coordenador do projeto, Marcos Khaue Ferreira de Queiroz declarou que todos os prestadores atuam como pessoas jurídicas, conforme a legislação, e que os valores pagos seguem parâmetros de mercado. A presidente da Umespa, Gabryelle Rocha da Silva, disse que as contratações obedecem “critérios técnicos e jurídicos” e lembrou que a instituição possui mais de 70 anos de atuação social.
O Ministério da Igualdade Racial informou acompanhar a execução durante toda a vigência do convênio e analisar a regularidade das despesas na prestação de contas. Até o fim de julho, a Umespa havia declarado aproximadamente R$ 750 mil em gastos, sobretudo com salários de motoristas, coordenadores e auxiliares administrativos.
O projeto prevê ainda a distribuição de 100 mil cartilhas com orientações sobre prevenção ao racismo e à violência nas escolas da Grande Porto Alegre.
Com informações de Revista Oeste
