O ex-procurador da República Deltan Dallagnol avaliou que um eventual indulto presidencial concedido por um governo de direita eleito em 2026 representaria a “única saída” para o ex-presidente Jair Bolsonaro, caso ele seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita na edição desta segunda-feira (1º) do programa Última Análise, transmitido pela Gazeta do Povo no YouTube.
O julgamento de Bolsonaro e de outros investigados por suposta articulação golpista que resultou nos atos de 8 de janeiro está marcado para começar nesta terça-feira (2), às 9h, na Primeira Turma do STF. O colegiado é composto pelos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin, que preside o grupo.
Dallagnol criticou o foro escolhido para o processo, alegando que o ex-presidente “não tinha que estar sendo julgado no STF” por não possuir foro privilegiado, e atribuiu a situação a uma mudança de jurisprudência da Corte.
Suspeição de ministros
O jurista André Marsiglia sustentou que Moraes, Zanin e Dino deveriam se declarar suspeitos. Segundo ele, Moraes teria sido alvo de suposta tentativa de atentado citada na denúncia, enquanto Dino e Zanin possuem processos contra Bolsonaro.
Declarações de Barroso
Às vésperas do julgamento, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o tribunal “em breve vai empurrar o extremismo para a margem da história” e disse não temer eventuais retaliações dos Estados Unidos. Para Marsiglia, tais falas reforçam o caráter político da ação: “Eles não estão julgando Bolsonaro, mas o ‘bolsonarismo’”, declarou.
Possível perdão presidencial
Durante o programa, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que concederia indulto a Bolsonaro como primeiro ato caso assuma a Presidência da República. Para Dallagnol, um perdão dependeria também da eleição de um Senado “forte o suficiente” para evitar que o STF derrube a medida.
Imagem: Reprodução de YouTube.
O vereador Guilherme Kilter classificou o caso como “um dos julgamentos do STF mais previsíveis da história”, prevendo condenação do ex-presidente. Ele acredita que, mesmo após a decisão, Moraes manterá investigações envolvendo aliados e familiares de Bolsonaro.
Última Análise é exibido de segunda a sexta-feira, das 19h às 20h30, com debate de temas políticos e jurídicos.
Com informações de Gazeta do Povo