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Justiça italiana exige detalhes do sistema carcerário do Brasil antes de decidir extradição de Carla Zambelli

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A Justiça da Itália solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), informações detalhadas sobre o sistema prisional brasileiro antes de retomar, em 18 de dezembro, o julgamento que decidirá se a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) será extraditada.

O pedido chegou em caráter “urgentíssimo” ao gabinete de Moraes por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão do Ministério da Justiça responsável por tratados de cooperação.

Questionamentos enviados por Roma

No ofício, as autoridades italianas pedem esclarecimentos sobre:

  • a diferença entre estabelecimentos que recebem condenados e aqueles destinados a presos provisórios;
  • os critérios legais para definir em qual unidade cada pessoa é inserida;
  • como essa definição se aplicaria a Zambelli, cujo processo penal ainda está em fase de instrução;
  • em qual penitenciária a deputada ficaria caso seja transferida ao Brasil;
  • a ocorrência de atos de violência ou intimidação de “facções ou gangues” contra outros detentos;
  • a capacidade das forças de segurança para manter ou restaurar a ordem;
  • as condições específicas das mulheres presas e a existência de alas e cuidados voltados a elas;
  • a legislação que rege todos esses pontos.

O DRCI fixou até terça-feira (16) o prazo para que Moraes responda aos questionamentos.

Condenação e prisão na Itália

Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão devido à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A parlamentar nega irregularidades e afirma ser vítima de perseguição política. Após a sentença, deixou o país e foi detida em 29 de julho na Itália.

Em outubro, a Advocacia-Geral da União comunicou que o Ministério Público italiano emitiu parecer favorável à extradição. Mesmo assim, a audiência foi adiada diversas vezes e agora depende das informações sobre as condições carcerárias no Brasil.

Com informações de Gazeta do Povo