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Defesa de Zambelli denuncia “vazamento” de parecer italiano e acusa AGU de impedir acesso

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Brasília – O advogado Fabio Pagnozzi, representante da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), criticou nesta quarta-feira (22.out.2025) a divulgação, pela Advocacia-Geral da União (AGU), de parecer do Ministério Público da Itália favorável à extradição da parlamentar antes que a defesa tivesse acesso ao documento.

Pagnozzi afirmou estar surpreso com a rapidez com que o parecer deixou a corte italiana e chegou ao governo brasileiro. “A defesa não teve oportunidade de ver o conteúdo. Como essas informações saíram de um tribunal na Itália e apareceram na AGU sem que pudéssemos consultá-las?”, questionou.

Segundo o advogado, o parecer era esperado para encerrar a fase administrativa do pedido de extradição e abrir caminho à etapa judicial. A manifestação chegou ao e-mail da defesa por volta das 11h30, mas o prazo para protocolar qualquer petição expirava às 13h, limite que ele classificou como “humanamente impossível” de cumprir.

Diante da situação, Pagnozzi declarou que o processo “ultrapassa a esfera jurídica” e ganha contornos políticos, alegando violação ao direito de ampla defesa. Ele lembrou episódio anterior no qual, segundo ele, veículos de imprensa também teriam obtido decisões judiciais antes dos advogados.

Condenação no Brasil e prisão na Itália

Carla Zambelli, que possui dupla cidadania, mudou-se para a Itália em junho, após ser condenada no Brasil a 10 anos de prisão, multa de R$ 2 milhões e perda do mandato por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O relator do caso foi o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A deputada foi presa cautelarmente pelas autoridades italianas em 29 de julho. Desde então, o governo brasileiro formalizou pedido de extradição, agora respaldado pelo Ministério Público da Itália.

Apelo a líderes italianos

Mais cedo, o advogado recorreu nas redes sociais à primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e ao vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, pedindo que não endossem a extradição. Ele argumentou que ambos, “conservadores e defensores da liberdade”, não deveriam respaldar uma condenação que, segundo ele, foi proferida por um magistrado brasileiro “sancionado pela Lei Magnitsky”, em referência a Moraes.

Até o momento, não houve manifestação pública da AGU sobre as críticas da defesa nem resposta das autoridades italianas ao apelo.

Com informações de Gazeta do Povo