Brasília – O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pediu desculpas nesta quinta-feira (7) ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), por ter afirmado que a oposição só encerrou a ocupação do plenário após suposto acerto para votar projetos de seu interesse.
A retratação ocorreu durante sessão plenária no início da tarde. Cavalcante reconheceu que exagerou na véspera, quando disse haver negociação para colocar em pauta propostas como o fim do foro privilegiado e uma lei de anistia. “Ontem, com Vossa Excelência, eu não fui correto e peço perdão da tribuna”, declarou, estendendo o pedido aos demais deputados.
Horas antes, Motta negara qualquer compromisso com a oposição. Segundo ele, não houve acordo para acelerar matérias sugeridas pelos parlamentares que bloqueavam a mesa diretora desde terça-feira (6).
“Não existe chantagem nesta Casa”
Ao se retratar, o líder do PL afirmou que Motta “não foi chantageado” e que o presidente da Câmara “não assumiu compromisso de pauta nenhuma” com a bancada de direita. Cavalcante acrescentou que a condução dos projetos caberá aos líderes partidários, não à Presidência da Casa.
Ele também criticou o que classificou como interferência do Supremo Tribunal Federal no Legislativo: “Dois ministros que nunca tiveram um voto desconsiderarem um Congresso inteiro é a desmoralização desta Casa”.
Notas e divergências
Após o discurso, a assessoria do parlamentar divulgou nota reforçando que “não há chantagem” e que a oposição continuará defendendo suas pautas “com base no diálogo e na maioria representada pelos líderes”.

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A retratação, porém, contradiz declaração anterior do senador Rogério Marinho (PL-RN). Mais cedo, ele dissera que ficou acertada a apreciação das propostas em plenário, “independente de a oposição ganhar ou perder a votação”.
A ocupação do plenário da Câmara terminou na noite de quarta-feira (6) e a do Senado, nesta quinta. Além das matérias apontadas pelos deputados, senadores pressionam pela análise do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que alcançou o número mínimo de assinaturas.
Com informações de Gazeta do Povo