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Colunista do Wall Street Journal aponta suposta adulteração de registros da Alfândega dos EUA contra ex-assessor de Bolsonaro

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São Paulo, 28 jul. 2025 – A colunista Mary Anastasia O’Grady, do Wall Street Journal (WSJ), afirmou que um registro de entrada forjado no sistema da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) em Orlando, Flórida, tem sustentado a prisão do ex-assessor presidencial brasileiro Filipe Martins desde 2024.

Segundo o artigo publicado no domingo (27), o documento eletrônico I-94, datado de 30 de dezembro de 2022, foi incluído pela primeira vez na base de dados da CBP em março de 2024. A falsa informação foi utilizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para manter Martins seis meses em regime fechado e, depois, em prisão domiciliar.

Registro some e reaparece

Após questionamentos da defesa de Martins, o Departamento de Segurança Interna (DHS) retirou o I-94 do sistema em junho de 2024. Entretanto, o mesmo registro reapareceu neste mês de julho de 2025, apontou O’Grady, com erros idênticos: o nome grafado como “Felipe” e o número de um passaporte extraviado em 2021.

Suspeita de ação interna

Para a colunista, não existe motivação evidente dos Estados Unidos para criar o falso registro. Ela sugere que alguém dentro da CBP, “a serviço de interesses políticos brasileiros opostos a Bolsonaro”, teria inserido os dados. A agência norte-americana, porém, não informa quem fez a alteração nem quando ela ocorreu.

Processos nos EUA

Os advogados de Martins acionaram a Justiça norte-americana contra o DHS e a CBP para obter registros completos do sistema. Os documentos fornecidos vieram com trechos censurados, sob a justificativa de “sigilo em litígio pendente”, ocultando o nome do responsável pela inclusão e a data da manipulação.

Colunista do Wall Street Journal aponta suposta adulteração de registros da Alfândega dos EUA contra ex-assessor de Bolsonaro - Imagem do artigo original

Imagem: Gazeta do Povo via gazetadopovo.com.br

Contexto no Brasil

O’Grady lembra que Moraes usa acordos de delação premiada para embasar a investigação que aponta suposta conspiração golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em áudio vazado em março, o tenente-coronel Mauro Cid — principal colaborador da acusação — afirmou ter sido coagido. Na última quinta-feira (24), Filipe Martins declarou ao STF acreditar ter sido preso “em condições às vezes desumanas” para que também delatasse.

Registros de celular, comprovantes de cartão de crédito e o manifesto de um voo doméstico em 31 de dezembro de 2022 comprovariam que Martins não esteve nos Estados Unidos na data indicada pelo I-94, de acordo com a colunista e reportagens anteriores.

Com informações de Gazeta do Povo