O governo dos Estados Unidos reagiu duramente ao anúncio do presidente francês, Emmanuel Macron, de que a França apresentará, na Assembleia Geral da ONU marcada para setembro, o reconhecimento formal de um Estado palestino.
Críticas de alto nível
Em mensagem publicada na rede social X, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, classificou o gesto como “irresponsável”, argumentando que a iniciativa “serve apenas à propaganda do Hamas” e “representa um retrocesso para a paz”. Rubio escreveu ainda que o ato seria “um tapa na cara das vítimas de 7 de outubro”.
O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, adotou tom de deboche ao comentar a medida. Também no X, afirmou que a declaração de Macron não especificou onde ficaria o futuro Estado palestino e ironizou: “Posso revelar com exclusividade que a França vai oferecer a Riviera Francesa, e a nova nação se chamará ‘França-lestina’”.
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A decisão foi comunicada por Macron em carta enviada ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. No texto, o líder francês declarou que, “fiel ao compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio”, a França avançará com o reconhecimento do Estado da Palestina.
O anúncio ocorreu dias antes de uma conferência em Nova York, prevista para a próxima semana, que discutirá a solução de dois Estados — palestino e israelense — sob presidência conjunta de França e Arábia Saudita.
Reações opostas

Imagem: Isabella de Paula via gazetadopovo.com.br
Em comunicado, o Hamas qualificou a posição francesa como “um passo positivo na direção certa” e pediu que outros países sigam o exemplo de Paris. Segundo o grupo, a medida demonstra “a crescente consciência internacional sobre a justiça da causa palestina”.
Do lado israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu repudiou a iniciativa. Para ele, um Estado palestino estabelecido nas atuais circunstâncias serviria como “plataforma de lançamento para aniquilar Israel, não para viver em paz ao lado dele”.
Próximos passos
A proposta francesa de reconhecimento deverá ser formalmente apresentada na sessão da ONU em setembro. Até lá, diplomatas de diferentes países indicam que as discussões devem se intensificar, principalmente entre parceiros europeus e norte-americanos.
Com informações de Gazeta do Povo