Um artigo de opinião assinado pela colunista Mary Anastasia O’Grady e publicado pelo The Wall Street Journal (WSJ) no domingo, 10 de agosto de 2025, afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes estariam conduzindo um “golpe de Estado” contra a democracia brasileira.
Críticas ao inquérito das fake news
Segundo o texto, o caminho para o suposto enfraquecimento institucional começou em 2019, quando o STF abriu o inquérito das fake news para investigar ameaças à Corte. O WSJ ressalta que o tribunal passou a agir simultaneamente como acusador, investigador e juiz, e que Moraes foi designado relator sem processo de sorteio. O artigo sustenta que, a partir daí, o ministro passou a monitorar redes sociais, criminalizar opiniões e prender preventivamente críticos do STF.
Atuação nas eleições de 2022
A colunista também questiona a atuação de Moraes no comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições presidenciais de 2022. Para o WSJ, o TSE tornou-se “notavelmente mais político”, monitorando o discurso de partidos, candidatos e eleitores e impondo censura a quem divergia de suas posições.
Investigação dos atos de 8 de janeiro
O artigo afirma que aproximadamente 1.500 pessoas foram presas após os atos de 8 de janeiro de 2023, algumas permanecendo detidas por até um ano antes do julgamento. O WSJ alega que sentenças severas foram aplicadas por “transgressões menores” e critica o que considera tratamento mais brando a episódios de violência praticados por grupos de esquerda.
Condenação de Lula anulada e novos inquéritos
O texto relembra que, em março de 2021, o STF anulou a condenação por corrupção do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decisão que teria inflamado a direita. No mesmo ano, foi instaurado o inquérito das “milícias digitais”, que, de acordo com o WSJ, pressionou empresas de tecnologia dos Estados Unidos a remover conteúdos e a desmonetizar influenciadores brasileiros críticos ao Supremo.
Possível impeachment de Moraes
O jornal informa que senadores alinhados à direita articulam a abertura de um processo de impeachment contra Moraes com o objetivo de “restaurar a imparcialidade judicial”. O texto menciona ainda que integrantes da elite econômica estariam manifestando descontentamento com o que chamam de “ministros embriagados de poder”.

Imagem: Rosinei Coutinho via gazetadopovo.com.br
Repercussão internacional
Por fim, o artigo registra que a decisão do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos de sancionar Moraes com base na Lei Magnitsky teria despertado preocupação entre os demais ministros do STF, que, segundo o WSJ, avaliam a possibilidade de novas medidas caso o Brasil não restabeleça o Estado de Direito.
O WSJ conclui que, independentemente da opinião sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, “é evidente” que a política se sobrepôs à atuação jurídica da Suprema Corte brasileira.
Com informações de Gazeta do Povo