Shahrokh, ex-muçulmano e ex-dependente químico, dirige um grupo de recuperação para usuários de drogas no Irã ao mesmo tempo em que compartilha o Evangelho com participantes, incluindo ateus e seguidores do Islã.
O evangelista afirma ter sido libertado do vício após conhecer a fé cristã. Desde então, mesmo ciente do risco de prisão por “agir contra a segurança nacional”, ele continua a evangelizar. O Irã, país com o maior número per capita de dependentes de drogas do mundo, estima que quase 3% da população acima de 15 anos — cerca de 2 milhões de pessoas — seja usuária de opiáceos como heroína, ópio e fentanil.
Interrogatório e lista de convertidos
Shahrokh já foi chamado para prestar esclarecimentos a um oficial de segurança, que tentou relacioná-lo a conversões de muçulmanos ao cristianismo. Durante o interrogatório, o agente apresentou uma lista com 400 moradores que teriam abandonado o Islã. O evangelista declarou não conhecer os nomes e se dispôs a jurar sobre a Bíblia. Surpreso com a postura do cristão, o oficial encerrou a sessão e nunca mais o convocou.
Segundo Shahrokh, a propagação da fé acontece por diferentes meios, como sonhos, visões e relatos de milagres, os quais, segundo ele, não podem ser impedidos pelas autoridades. Hoje, o líder discipula cerca de 80 pessoas do grupo de recuperação.
Contexto de perseguição
O governo iraniano proíbe igrejas, distribuição de Bíblias e atividades evangelísticas. Renunciar ao Islã é ilegal sob a Sharia, e cristãos convertidos podem enfrentar prisão e tortura. Apesar disso, organizações internacionais apontam a igreja iraniana como a que mais cresce no mundo. O país ocupa a nona posição na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas.
Com informações de Guiame