Haia (Holanda) – Durante uma overdose de crack, a holandesa Wilma Kralt, 20 anos envolvida com drogas e criminalidade, clamou por socorro a Deus e afirma ter sentido o ar voltar aos pulmões. A experiência marcou a virada definitiva que a levou à recuperação e a uma nova atuação como conselheira de dependentes químicos.
Filha de família cristã, Wilma chegou a gastar mais de um milhão de euros em entorpecentes, além de cometer roubos, arrombamentos e tráfico. “Fiz tudo o que Deus manda não fazer”, relatou ao programa televisivo “Hour of Power”. A usuária chegou a usar drogas dentro da igreja: “Preparava a seringa no banheiro e em seguida sentava no culto; para quem vive no vício, isso parece normal”, recordou.
A ex-dependente passou por dez internações em uma instituição cristã antes da crise que quase lhe custou a vida. Naquela noite, após dias sem dormir, fez um ultimato: “Deus, se o Senhor realmente existe, me salva”. Ela conta que não viu luz nem ouviu voz, apenas voltou a respirar. “Naquele instante, soube que Deus é real”, disse.
Nova rotina de ajuda
Recuperada, Wilma atua hoje como conselheira na Fundação De Hoop, organização cristã voltada à reabilitação de dependentes na Holanda. “É precioso caminhar com quem sente a mesma dor que um dia eu senti. Sei o que é tentar ajuda dez vezes e carregar vergonha. Sempre há esperança”, afirmou.
A presidente da fundação, Irene Blom, informou que a entidade iniciou trabalhos em 1975 com cinco pacientes e atualmente atende mais de seis mil pessoas ao ano, entre usuários de drogas, famílias em crise e portadores de transtornos emocionais. Segundo ela, o consumo de entorpecentes no país “só aumenta, principalmente entre jovens”.
Wilma guarda como referência o versículo bíblico de 1 Coríntios 10:13, recebido ainda em tratamento: “Deus é fiel. Ele não deixará que vocês sejam tentados além do que podem suportar”. Hoje, a ex-usuária – que chegou a pesar 40 quilos no auge do vício – afirma viver em paz e com propósito: “Enquanto eu tiver fôlego, vou contar que existe esperança”.
Com informações de Guiame