Uma mulher que praticava feitiçaria em Serra Leoa converteu-se ao cristianismo depois de constatar que suas maldições não afetavam seguidores de Jesus. Conhecida hoje como Miracle, ela era iniciada em rituais de invocação de espíritos malignos pela avó desde os 14 anos.
Segundo a organização missionária Sdok, grupos secretos permeiam a sociedade do país africano: cerca de 90% da população participa dessas confrarias e políticos locais buscam seu apoio. A maioria dos 8,6 milhões de habitantes é muçulmana; apenas 13% se declaram cristãos.
Infância marcada por rituais
Miracle relatou que a avó chefiava uma seita conhecida por cirurgias de circuncisão em meninos e mutilação genital em meninas — prática que atinge nove em cada dez garotas em Serra Leoa. Com uma navalha, ela própria diz ter mutilado cerca de 35 meninas e jurado mantê-las em silêncio sob ameaça de morte.
Maldições sem efeito
Durante anos, avó e neta lançaram feitiços contra famílias que se recusavam a participar dos rituais, especialmente cristãs. “Há algo nos cristãos que impede que você os prejudique; tentei e não consegui”, afirmou Miracle.
Impacto de um filme sobre Jesus
A reviravolta começou quando um pastor exibiu um filme sobre a vida de Jesus em sua aldeia. Tocada pela mensagem, a feiticeira desejou entregar-se a Cristo, mas relata ter sentido uma força que a impedia de avançar ao apelo.
Violência e fuga
Ao saber do interesse da neta pela igreja, a avó mobilizou cerca de 30 mulheres. Miracle foi levada a um bosque, despida, amarrada e espancada. Além de tijolos e pauladas, as agressoras esfregaram pimenta em seus olhos. Ela escapou e buscou abrigo na casa do pastor, que passou a sofrer retaliações de integrantes da seita.
Libertação e novo nome
Transferida para a residência de outro líder cristão, a jovem recebeu orações e jejum. Durante a intercessão, disse sentir algo “sair” de seu corpo e, em seguida, foi batizada. Adotou o nome Miracle para simbolizar, segundo ela, a passagem “das trevas para a luz”.
Dez anos de fé
Uma década depois, Miracle permanece ativa em uma comunidade evangélica e pede orações para continuar firme. A avó ainda faz ameaças, mas, segundo a ex-feiticeira, o temor foi substituído pela convicção de que “o nome de Jesus” basta para protegê-la.
Com informações de Guiame
