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Lealdade a Bolsonaro coloca vice-prefeito de São Paulo como opção para o Senado em 2026 e possível sucessor na prefeitura

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O coronel Ricardo Mello Araújo (PL), vice-prefeito da capital paulista e aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro, passou a ser visto dentro do núcleo bolsonarista como um “coringa” para as eleições de 2026 em São Paulo. Discreto, mas considerado extremamente fiel, ele pode tanto disputar o Senado caso Eduardo Bolsonaro permaneça fora do país quanto assumir a prefeitura se o prefeito Ricardo Nunes (MDB) deixar o cargo para tentar o governo do estado.

Cotado para substituir Eduardo Bolsonaro

Líder em todas as sondagens para o Senado, Eduardo Bolsonaro segue nos Estados Unidos e afirma não ter previsão de retorno, alegando risco de prisão pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Se eu voltar, o Alexandre vai me prender”, disse no podcast Inteligência Ltda. Jair Bolsonaro chegou a declarar que o filho pode buscar cidadania americana e não voltar “tão cedo”.

Enquanto isso, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, mantém publicamente a candidatura de Eduardo, mas dirigentes paulistas admitem, nos bastidores, que será necessário um nome alternativo se a ausência se prolongar. Nesse cenário, Mello Araújo ganha força pela lealdade e por não demonstrar ambições que colidam com as da família Bolsonaro.

Questionado sobre uma possível candidatura, o vice-prefeito negou articulações, mas disse que aceitaria a missão se fosse convocado: “Se cogitaram meu nome, não estou sabendo. É o presidente Bolsonaro quem decide”.

Possível salto para o comando da capital

Outra hipótese coloca Mello Araújo no comando da maior cidade do país. Caso o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decida concorrer à Presidência, Nunes tende a disputar o governo paulista. Se isso ocorrer, o vice assume a prefeitura por quase dois anos, período que pode lhe garantir visibilidade administrativa e palanque próprio.

Para o cientista político Samuel Oliveira, herdar a prefeitura “sem precisar vencer uma eleição” seria estratégico. “Ele ganharia experiência executiva, colheria resultados e poderia buscar a reeleição em 2028”, avalia. Ex-prefeitos de São Paulo já ascenderam a cargos como governador, ministro e até presidente da República.

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Imagem: Leon Rodrigues via gazetadopovo.com.br

Perfil agrada ao entorno bolsonarista

Diferentemente de outros aliados – como o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), e o deputado Ricardo Salles (Novo) –, Mello Araújo evita disputas internas e raramente manifesta interesse por cargos. Uma liderança do PL paulista resume o sentimento: “Ele não se posiciona sem orientação do Bolsonaro”. Paradoxalmente, a ausência de movimentação própria pode levá-lo à indicação.

Oliveira acredita que, num eventual embate ao Senado, o vice-prefeito teria trunfos e desafios. “Com o apoio explícito de Bolsonaro e a máquina do PL, pode ser competitivo; porém, seu baixo perfil público e a falta de articulação ampla são obstáculos”, afirma. Caso abrace a candidatura, precisará renunciar à prefeitura – ou abrir mão de herdá-la – para enfrentar uma disputa considerada incerta.

Por enquanto, Mello Araújo segue “jogando parado”: não pede espaço, mas mantém presença constante nas defesas públicas de Bolsonaro, como no vídeo divulgado em julho em que classificou as investigações contra o ex-presidente como “um descaso” e cobrou sua participação na eleição de 2026.

Com informações de Gazeta do Povo