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Reportagem “Vaza Toga 2” expõe gabinete paralelo de Moraes e acirra debate sobre impeachment

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A edição desta quinta-feira (7) do programa Última Análise detalhou as informações trazidas pela reportagem “Vaza Toga 2”, publicada em 8 de agosto de 2025. O material indica que servidores do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teriam sido recrutados para formar uma unidade informal de inteligência ligada ao ministro Alexandre de Moraes, com a missão de vasculhar a vida digital de brasileiros detidos após os atos de 8 de Janeiro.

Filtro ideológico antes da audiência de custódia

Segundo a apuração, o grupo realizava um julgamento prévio dos investigados, analisando preferências políticas ou críticas ao STF e ao governo Lula nas redes sociais. Publicações feitas até mesmo antes da eleição presidencial de 2022 eram usadas como base para manter prisões preventivas, muitas vezes embasadas apenas por certidões.

O jurista André Marsiglia classificou o esquema como “mais grave” que o revelado na primeira “Vaza Toga”, que tratou de interferências no TSE. “Não é o gabinete do ministro indo além da conta; é um gabinete paralelo dentro do gabinete, um departamento ideológico”, afirmou. Ele acrescentou que a prática seria “pior do que uma injustiça: é uma desumanização”.

Mensagens internas reforçam suspeitas

Entre as evidências citadas está uma mensagem de WhatsApp enviada pela chefe de gabinete de Moraes, Cristina Yukiko Kuzahara. No texto, ela relata que a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia pedido liberdade provisória para alguns detidos, mas destaca que o ministro só decidiria depois de verificar o conteúdo das redes sociais dos envolvidos.

Pressão política sobre o Senado

Com a repercussão do caso, aumentou a pressão para que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), paute pedidos de impeachment contra Moraes. Alcolumbre sinalizou resistência, declarando que não colocaria o tema em votação “nem com 81 assinaturas”. Em resposta, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sugeriu que, se o processo não avançar, o próprio senador poderia enfrentar pedido semelhante.

Reportagem “Vaza Toga 2” expõe gabinete paralelo de Moraes e acirra debate sobre impeachment - Imagem do artigo original

Imagem: André Borges via gazetadopovo.com.br

A cientista política Júlia Lucy avaliou que a oposição ainda falha na articulação e na divulgação do conteúdo de “Vaza Toga 2”. Para ela, a falta de estratégia pode comprometer a mobilização necessária para levar adiante o impeachment.

Até o momento, não houve manifestação oficial do ministro Alexandre de Moraes sobre as novas denúncias.

Com informações de Gazeta do Povo