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Trump pressiona por reunião com Putin e Zelensky enquanto Europa rejeita acordo sem Kiev

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Washington – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou nesta segunda-feira (10) a tentativa de promover um encontro triplo com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky na esperança de encerrar a guerra iniciada há três anos na Ucrânia. A ofensiva diplomática, no entanto, encontra forte resistência de Kiev e de líderes europeus, que temem decisões que excluam o governo ucraniano.

Primeiro passo no Alasca

Na próxima sexta-feira, Trump e Putin se reúnem em Anchorage, no Alasca, para discutir o conflito. A ausência confirmada de Zelensky nesse primeiro encontro gera apreensão em capitais europeias e na própria Ucrânia sobre possíveis concessões negociadas sem a presença do país diretamente envolvido.

Casa Branca busca encontro a três

O vice-presidente norte-americano, JD Vance, afirmou à Fox News no domingo (9) que a administração trabalha para viabilizar uma reunião com os três líderes. “Putin dizia que jamais se sentaria com Zelensky. O presidente Trump parece ter mudado essa postura”, declarou Vance, ressaltando o que considera avanço diplomático “decisivo”. Agora, o desafio é conciliar agendas e logística.

Recado de Zelensky

Em mensagem divulgada nas redes sociais, o presidente ucraniano reagiu: “Nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”. Zelensky acusou Moscou de prolongar os combates para ganhar terreno antes de qualquer cessar-fogo.

Alerta europeu

Sete chefes de Estado e de governo europeus, entre eles Emmanuel Macron (França) e o chanceler alemão Friedrich Merz, divulgaram nota conjunta afirmando que “o caminho para a paz não pode ser decidido sem a Ucrânia”. Merz qualificou como “inaceitável” discutir concessões territoriais “acima das cabeças dos europeus e dos ucranianos”.

Propostas sobre a mesa

Durante reunião de três horas em Moscou, o enviado especial norte-americano Steve Witkoff apresentou a Putin sugestão de cessar-fogo em troca da cessão a Moscou de cerca de um terço da parte oriental de Donetsk, hoje sob controle de Kiev. A medida congelaria as linhas de frente em Zaporizhzhia e Kherson. Putin não reiterou demandas anteriores, como a desmilitarização total da Ucrânia.

Em resposta, Ucrânia e potências europeias entregaram contraproposta no sábado (8), na Inglaterra. O plano rejeita trocar parte de Donetsk por trégua, exige cessar-fogo imediato e retiradas recíprocas de tropas. Prevê ainda “garantias de segurança inabaláveis”, incluindo eventual adesão ucraniana à Otan.

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Zelensky classificou a ideia russa como “debate sobre o impossível” e reafirmou que “a terra ucraniana não será cedida”.

Mudança no financiamento de guerra

Paralelamente, Washington sinalizou mudança no suporte financeiro a Kiev. “Estamos cansados de enviar nosso dinheiro a esse conflito”, disse Vance. Segundo ele, a Ucrânia ou aliados europeus poderão comprar armamentos de fabricantes americanos, mas o Tesouro dos EUA não arcará mais diretamente com os custos. O novo modelo segue acordo firmado em julho com a Otan para venda de sistemas Patriot, mísseis e munições.

Conflito em campo continua

No domingo (9), bombardeios russos atingiram um terminal de ônibus em Zaporizhzhia, ferindo 19 pessoas. O ataque levou Zelensky a pedir “mais sanções e pressão” sobre Moscou. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmou que a reunião de sexta-feira servirá para “testar o quão sério Putin está em encerrar esta guerra”.

Trump tenta equilibrar interesses conflitantes enquanto redefine o papel financeiro dos EUA no apoio a Kiev. A série de reuniões desta semana no Alasca deve indicar se há espaço para um cessar-fogo ou se as linhas de frente permanecerão inalteradas.

Com informações de Gazeta do Povo