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Tarcísio cobra ação do Planalto e pede negociação direta com os EUA

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cobrou uma postura mais firme do governo federal nas tratativas com os Estados Unidos durante discurso no Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado nesta segunda-feira, 11, em São Paulo.

“Quantas vezes vamos ter reuniões de alto nível no Departamento de Estado? Quantas vezes o presidente brasileiro vai ligar para o presidente americano? É isso que faz diferença”, afirmou, referindo-se às sanções comerciais impostas recentemente pela Casa Branca.

Cenário internacional e críticas ao Planalto

Tarcísio classificou a atual conjuntura global como “janela de oportunidades” para o Brasil, mas disse que o país “não está aproveitando” as chances por falhas de condução do Palácio do Planalto. Ele também criticou a chamada lei de reciprocidade, prevista para retaliações comerciais, dizendo que o dispositivo “fica na gaveta” e não é utilizado.

O governador defendeu que o Executivo abandone a “retórica de luta de classes”. “Não podemos ser o país que opõe fortes e fracos, ricos e pobres, empregados e empregadores. Isso não nos leva a lugar nenhum”, declarou.

Relação com EUA e China

Ao falar sobre diplomacia, Tarcísio ressaltou a necessidade de equilíbrio nas relações com Washington e Pequim. “O Brasil sempre tirou o americano para dançar, tirou o chinês para dançar e nunca pediu casamento a nenhum dos dois — e sempre funcionou”, disse.

Tarifas anunciadas pelos EUA

No dia 9 de julho, após o então presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, Tarcísio escreveu em rede social que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “colocou sua ideologia acima da economia”. Em 10 de julho, durante coletiva, classificou a medida como “deletéria” para estados com indústria de maior valor agregado.

Agenda de negociações

Depois das críticas públicas, o governador viajou a Brasília, onde informou ao ex-presidente Jair Bolsonaro sua intenção de dialogar diretamente com o encarregado de negócios dos EUA. Em seguida, reuniu-se com Gabriel Escobar, representante da embaixada americana, e, em 15 de julho, recebeu Escobar e empresários no Palácio dos Bandeirantes. Na ocasião, o diplomata sinalizou possibilidade de revisão do tarifaço.

Tarcísio afirmou ainda que pretende procurar governadores de estados norte-americanos para discutir caminhos que amenizem as tarifas. O tema dominou os debates do congresso do agronegócio, evento que contou com a ausência do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), inicialmente confirmado.

Com informações de Revista Oeste