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Ministros do STF rebatem pressão de Eduardo Bolsonaro, sanções dos EUA e lobby das big techs na abertura do semestre

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Na cerimônia que marcou o início do semestre judiciário, nesta sexta-feira (1º/08/2025), os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes enviaram mensagens diretas ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ao governo dos Estados Unidos e às grandes empresas de tecnologia. Sem citar nomes, ambos criticaram a articulação de sanções estrangeiras contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e defenderam a soberania brasileira.

Deputado no exterior

Gilmar Mendes afirmou que um “deputado que se encontra na linha de frente do entreguismo” teria “fugido do país” para propagar acusações contra a Corte, classificando a atitude como “ato de lesa-pátria”. Desde março, Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos, licenciado do mandato, onde trabalha para que o governo norte-americano aplique medidas contra Moraes.

Ameaças a Congresso e uso da Lei Magnitsky

Alexandre de Moraes acusou “pseudo-patriotas foragidos” de atuarem de forma “covarde e traiçoeira” ao buscar submeter o STF ao “crivo de um Estado estrangeiro”. O ministro relatou que um desses foragidos teria ameaçado os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, condicionando a aprovação de um projeto de anistia a sanções financeiras. Em 25 de julho, Eduardo Bolsonaro declarou que ambos poderiam ser alvo da Lei Magnitsky se não avançassem com o pedido de impeachment de Moraes e a proposta de anistia a acusados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.

Resistência a pressões externas

Gilmar Mendes garantiu que o STF “não se dobra a intimidações”, mencionando críticas provenientes de defensores dos investigados por tentativa de golpe de 2023 e de representantes das plataformas digitais. Segundo ele, a simples possibilidade de novas regras para redes sociais provocou “lobbies poderosos” que tentam impor seus interesses econômicos.

Tarifas dos EUA e risco de nova crise

Moraes comparou a invasão às sedes dos Três Poderes em 2023 às tarifas de 50% impostas pelo governo Donald Trump sobre produtos brasileiros. Para o ministro, a medida busca desencadear crise econômica e social que possa gerar “novo ataque golpista”, com ameaça de perda de milhares de empregos.

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Imagem: ROSINEI COUTINHO via gazetadopovo.com.br

Soberania inegociável

Ao rebater as sanções norte-americanas dirigidas a Moraes, Gilmar Mendes declarou que apenas o povo brasileiro tem autoridade para decidir seu destino. Qualquer tentativa de interferência no trabalho do Tribunal, acrescentou, configura afronta à soberania nacional.

“Resposta à altura”

No encerramento, Gilmar Mendes alertou que disseminadores de instabilidade receberão “resposta à altura do Estado brasileiro”. Moraes complementou, prometendo responsabilizar por completo a “organização criminosa” que, segundo ele, atua contra as instituições.

Com informações de Gazeta do Povo