Governos e organismos internacionais reagiram nesta sexta-feira (8) ao novo plano militar anunciado por Israel para a Faixa de Gaza. A medida, que prevê ocupação da Cidade de Gaza e controle militar do enclave, levou a suspensão de vendas de armas, convocações diplomáticas e pedidos de cessar-fogo.
Alemanha suspende exportação de armas
O chanceler alemão, Friedrich Merz, informou que Berlim interromperá, “até segunda ordem”, qualquer exportação de equipamento militar que possa ser empregado na região. Segundo Merz, o plano israelense não deixa claro como pretende desarmar o Hamas, libertar reféns nem iniciar rapidamente negociações de cessar-fogo.
União Europeia pede reconsideração
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou na rede social X que Israel deve rever a decisão, libertar “todos os reféns mantidos em condições desumanas” e permitir “acesso humanitário imediato e irrestrito” a Gaza. Ela reiterou a necessidade de um cessar-fogo.
Bélgica convoca embaixador israelense
O Ministério das Relações Exteriores belga chamou o representante de Israel em Bruxelas para expressar “total desaprovação” ao plano, à continuidade de assentamentos e ao que classificou como intenção de anexar a Cisjordânia. O governo prometeu “defender vigorosamente” a reversão da decisão.
Países árabes e asiáticos criticam operação
A Arábia Saudita descreveu a ação israelense como “limpeza étnica” e condenou a “persistência em crimes de fome e práticas brutais”.
China declarou estar “preocupada” e afirmou que Gaza “pertence ao povo palestino”, defendendo cessar-fogo imediato como forma de aliviar a crise humanitária e garantir a libertação de reféns.
A Turquia pediu que a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU impeçam a execução do plano, alegando que qualquer tentativa de deslocar à força palestinos representa ameaça à segurança global.

Imagem: TOMS KALNINS via gazetadopovo.com.br
Repercussão dentro de Israel
O Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas qualificou a iniciativa como “imprudente” e cobrou um acordo com o Hamas para libertar os cativos. Segundo o grupo, a decisão coloca “reféns, soldados e sociedade israelense” em risco.
Comandantes das Forças de Defesa de Israel manifestaram receio de atuar em áreas onde há reféns — estimados em 20 vivos e 30 mortos — temendo execuções, como as ocorridas no final de agosto de 2024.
O Hamas advertiu que a ampliação das operações equivaleria a “sacrificar” os reféns que ainda estão no enclave.
Até o momento, Israel não se pronunciou oficialmente sobre as críticas, enquanto países e organizações seguem pressionando por cessar-fogo e liberação imediata dos reféns.
Com informações de Gazeta do Povo