Na quarta-feira, 9 de outubro de 2023, terroristas Fulani atacaram a vila de Ayilamo, no estado de Benue, na Nigéria, resultando na morte de dois cristãos, incluindo o estudante universitário Solomon Kwanta. Outros feridos estão sendo tratados em um centro de saúde local, enquanto a comunidade clama por ajuda do governo para enfrentar a crescente violência.
Detalhes dos ataques em Ayilamo e Tse Wende
O ataque em Ayilamo, localizado no condado de Logo, ocorreu por volta da meia-noite, quando os Fulani armados invadiram a comunidade, resultando na morte de Solomon Kwanta, um estudante do último ano da Universidade de Calabar que estava em casa durante as férias, e outro cristão. Segundo moradores como Benard Chia, muitos outros cristãos ficaram feridos e estão recebendo tratamento no Centro de Atenção Primária à Saúde em Ayilamo.
Em um ataque anterior, ocorrido em 3 de outubro em Tse Wende, no condado de Kwande, dois cristãos, Terwse Azege e Orseer Kende, também foram mortos. Os moradores expressam a preocupação de que os ataques se tornaram uma ocorrência comum e clamar por ações efetivas do governo.
A crescente violência e o silêncio do governo
Fabian Terseer, morador de Tse Wende, criticou a falta de cobertura da mídia para esses incidentes e a aparente inação do governo nigeriano em proteger as comunidades cristãs. “Infelizmente, as organizações de mídia não deram a esses incidentes cobertura adequada… Por quanto tempo esperamos suportar essas epidemias mortais?” ele questionou.
O contexto dos ataques Fulani e suas motivações
Com milhões de membros espalhados pela Nigéria e pelo Sahel, os Fulani, predominantemente muçulmanos, compreendem uma diversidade de clãs e linhagens. Embora muitos não compartilhem visões extremistas, alguns grupos Fulani aderem a ideologias radicais, adotando estratégias semelhantes às do Boko Haram e do ISWAP. O Grupo Parlamentar Multipartidário do Reino Unido para a Liberdade ou Crença Internacional (APPG) aponta que esses grupos demonstram uma clara intenção de atacar cristãos e símbolos da identidade cristã.
Líderes cristãos na Nigéria acreditam que os ataques são motivados pelo desejo de tomar terras dos cristãos e impor o islamismo, especialmente em um contexto de desertificação que dificulta a criação de gado.
A situação atual dos cristãos na Nigéria
A Nigéria continua sendo o país mais perigoso do mundo para cristãos, com 4.118 pessoas mortas por sua fé entre 1º de outubro de 2022 e 30 de setembro de 2023, segundo o relatório da Portas Abertas sobre a Lista Mundial da Perseguição 2024. Além disso, o país registrou 3.300 sequestros de cristãos, a maior quantidade global. Na mesma lista, a Nigéria ocupa o 6º lugar entre os países onde é mais difícil ser cristão, assim como no ano anterior.
A situação alarmante das comunidades cristãs na Nigéria requer uma resposta urgente do governo e da comunidade internacional. A proteção dos direitos humanos e da liberdade religiosa deve ser uma prioridade para evitar mais tragédias.
Fonte: Morning Star News