Um estudo divulgado nesta segunda-feira (11/08/2025) pelo Canadian Medical Association Journal (CMAJ) revela que a concentração média de tetrahidrocanabinol (THC) na maconha vendida legalmente no Canadá passou de 4% no início dos anos 2000 para 20% atualmente, um salto de cinco vezes em pouco mais de duas décadas.
Os autores alertam que produtos com teor de THC superior a 10%, quando consumidos com frequência, elevam o risco de psicose para 0,47%. O perigo é ainda maior entre usuários que já apresentam transtornos como depressão ou ansiedade.
Dados do serviço de saúde de Ontário, província mais populosa do país, reforçam a preocupação. Pessoas que recorreram a emergências hospitalares por consumo de cannabis apresentaram probabilidade 14,3 vezes maior de desenvolver transtornos do espectro esquizofrênico nos três anos seguintes. Quando a visita ao pronto-socorro foi motivada por psicose induzida pela droga, o risco subiu para 241,6 vezes.
O levantamento indica ainda que medicamentos antipsicóticos de segunda geração podem ajudar a aliviar sintomas em pacientes com quadros mais severos e persistentes.
O Canadá legalizou o uso recreativo da cannabis para maiores de 18 anos em 2018, tornando-se o primeiro país do G7 e do G20 a adotar a medida. Hoje, 70% da maconha consumida no território canadense provém de estabelecimentos regulamentados.

Imagem: Bruno Sznajderman via gazetadopovo.com.br
Segundo a consultoria Deloitte, o setor legal de cannabis acrescentou US$ 31,6 bilhões ao Produto Interno Bruto canadense desde a legalização. Entre 2018 e 2021, a arrecadação em impostos somou US$ 15,1 bilhões, e o segmento sustentou 98 mil empregos diretos e indiretos.
Com informações de Gazeta do Povo