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Zambelli diz à CCJ que espera deixar prisão na Itália “em pouco tempo”

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A deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) declarou nesta quarta-feira (24) à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara que acredita na própria libertação “em pouco tempo” na Itália, onde está presa enquanto aguarda decisão sobre pedido de extradição para o Brasil.

“Em breve não estarei mais dentro de um presídio, vou estar solta, porque o processo foi todo injusto do começo ao fim”, afirmou a parlamentar durante depoimento relacionado à Representação 2/25, aberta pela Mesa Diretora após sua condenação no Supremo Tribunal Federal (STF).

Condenação no STF

Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto foram condenados em agosto de 2023 por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A deputada também recebeu pena acessória de perda de mandato, que precisa ser referendada pelo Plenário após parecer da CCJ.

Segundo a parlamentar, autoridades italianas teriam se surpreendido ao saber que Moraes atuou como vítima, relator e julgador no processo. “Quando falei isso, começaram a rir. ‘Isso não existe, fala a verdade para a gente’, disseram”, relatou.

Críticas ao processo

Em sua fala, Zambelli alegou violação de prerrogativas parlamentares: “Houve apenas um grau de jurisdição; Moraes não aceitou recurso e decretou prisão preventiva, que só caberia em flagrante delito inafiançável”.

Para o deputado Pedro Campos (PSB-PE), a situação da colega é “desfavorável”. Condenada a dez anos de reclusão, Zambelli deverá cumprir pelo menos 608 dias em regime fechado, o que, segundo ele, inviabiliza o exercício do mandato.

Sigilo e testemunhas

O presidente da CCJ, deputado Paulo Azi (União-BA), informou ter reiterado ao ministro Alexandre de Moraes pedido para levantar o sigilo da Ação Penal 2428. Antes de Zambelli, o colegiado ouviu Delgatti Neto, o perito em provas digitais Michel Spiero e o ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral Eduardo Tagliaferro.

No depoimento de hoje, a deputada rebateu as acusações de contato frequente com Delgatti. “Converso com as pessoas mesmo quando me enganam, sou meio tonta, não tem outra explicação”, disse. Ela também argumentou que, à época do crime, em janeiro de 2023, “o Lula já tinha ganhado”, o que, segundo sua avaliação, tornaria inútil qualquer suposta ordem de invasão.

A CCJ continuará a analisar o processo antes de enviá-lo ao Plenário, onde caberá à maioria dos deputados decidir pela cassação ou manutenção do mandato de Carla Zambelli.

Com informações de Direita Online