O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, classificou como “desproporcional” a sentença do Supremo Tribunal Federal que impôs pena superior a 27 anos de prisão ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas afirmou que o veredito deve ser obedecido. “O Supremo decidiu, nós temos que respeitar”, declarou neste sábado (13) durante debate no Rocas Festival, em Itu (SP).
Costa Neto admitiu que houve planejamento para uma tentativa de golpe de Estado, embora o ato não tenha se concretizado. Ele ressaltou que, segundo a legislação brasileira, a punição já se aplica na fase de tentativa, pontuando que, caso a ruptura tivesse sido consumada, a responsabilização seria inviável. “Houve planejamento de golpe, mas não o golpe”, afirmou.
No evento, que reuniu possíveis presidenciáveis para 2026 — entre eles os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR) —, Valdemar criticou o que considera apoio do governo federal às ações da Corte. “O Supremo só está fazendo isso porque tem o apoio do governo, o Lula está do lado deles”, disse ao deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos-SP), que mediou a conversa.
Para o dirigente do PL, a prioridade da direita em 2026 é conquistar maioria no Congresso. “Temos que ter um governo de direita com o Congresso na palma da mão”, defendeu, lembrando as dificuldades enfrentadas por Bolsonaro para aprovar projetos sem negociar emendas. Segundo ele, controlar Câmara e Senado seria fundamental para avançar em pautas como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.
No mesmo painel, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, reiterou apoio à anistia. “Eu sou a favor”, declarou, reconhecendo resistência em parte do campo bolsonarista. Na sexta-feira (12), Kassab reuniu a bancada federal do partido para discutir temas de interesse da sigla, mas a proposta de anistia não entrou na agenda.
Com informações de Direita Online