Home / Política / Transparência Internacional vê “extrema gravidade” em viagem de Toffoli com advogado ligado ao Banco Master

Transparência Internacional vê “extrema gravidade” em viagem de Toffoli com advogado ligado ao Banco Master

ocrente 1765208083
Spread the love

A organização não governamental Transparência Internacional classificou como “extremamente grave” a ida do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Lima, no Peru, na companhia do advogado de um dos investigados no caso Banco Master. A viagem ocorreu dias antes de o magistrado determinar sigilo máximo ao processo que envolve o banqueiro Daniel Vorcaro, presidente da instituição financeira.

Reportagem do jornal O Globo revelou que o deslocamento até a capital peruana, para assistir à final da Copa Libertadores, teria sido feito em um jatinho particular pertencente a um empresário. O prazo entre a viagem e a decisão de sigilo foi de poucos dias.

Na nota divulgada nesta segunda-feira (8/12/2025), a Transparência Internacional afirma existir “clara atuação de lobby judicial que desmoraliza a Justiça”. Segundo a entidade, o fenômeno “virou pandemia no Brasil” e tem como principais responsáveis “juízes do STF que se regalam de favores escusos”.

O processo contra Vorcaro corria de forma pública no STF até que, a pedido da defesa, Toffoli impôs grau máximo de sigilo. Com isso, informações antes disponíveis no site da Corte foram retiradas, impedindo acesso aos detalhes da investigação. O banqueiro chegou a ficar dez dias preso.

A ONG solicitou que o recém-empossado presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Edson Fachin, analise o episódio por meio do Observatório da Transparência e Integridade no Poder Judiciário. “É fundamental que este Observatório observe os exemplos nefastos que vêm de cima e os coíba”, diz o texto.

Após restringir o acesso ao processo, Toffoli determinou que qualquer nova diligência ou medida relacionada à apuração do Banco Master só poderá ocorrer com autorização prévia do STF. O argumento é a possibilidade de envolvimento de pessoas com foro privilegiado.

Na semana passada, a própria Transparência Internacional já havia criticado a ampliação do sigilo, cobrando ao menos a publicação do despacho que fundamentou a medida. Para a entidade, a falta de transparência configura “violação do princípio constitucional da publicidade dos atos processuais”.

Com informações de Gazeta do Povo