O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli viajou para Lima, no Peru, a poucos dias de decretar sigilo total no inquérito que apura irregularidades ligadas ao Banco Master. O deslocamento, em jato privado pertencente a um empresário, ocorreu na companhia do advogado Arruda Botelho, defensor de Luiz Antonio Bull, um dos presos na investigação. O objetivo da viagem foi assistir à final da Libertadores entre Flamengo e Palmeiras.
O episódio foi revelado neste sábado (7.dez.2025) e chama atenção por ter antecedido a decisão de Toffoli de colocar em sigilo máximo o processo que tramita na Corte contra Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, que chegou a ficar dez dias detido. Com o sigilo, detalhes que estavam disponíveis no site do STF foram retirados, incluindo o nome dos advogados e movimentações processuais.
Investigação condicionada à autorização do STF
Após blindar o processo, Toffoli também determinou que qualquer nova diligência ou medida ligada ao caso só poderá ocorrer com autorização prévia do Supremo. O ministro alegou a possibilidade de envolvimento de pessoas com foro privilegiado como justificativa para a medida.
Críticas de especialistas
A decisão e a viagem despertaram críticas. O advogado e especialista em liberdade de expressão André Marsiglia classificou o sigilo como uma “caixa-preta” que impede a sociedade de acompanhar o processo. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele defendeu que órgãos como a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o próprio Senado cobrem esclarecimentos do ministro ou peçam seu afastamento do caso.
Marsiglia argumenta que, sem transparência, “o caso navega no escuro completo nas mãos do ministro”, e sugere que o Congresso “confronte o fato” se nenhuma explicação for apresentada.
Com informações de Gazeta do Povo