São Paulo – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) tende a assumir o protagonismo do ato em defesa da anistia marcado para o próximo domingo, 7 de Setembro, na avenida Paulista. A mobilização ocorre na sequência de uma semana em que o chefe do Executivo paulista intensificou articulações no Congresso para viabilizar a anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Embora o Palácio dos Bandeirantes ainda não tenha divulgado a agenda oficial, interlocutores relatam que Tarcísio se reaproximou do pastor Silas Malafaia, responsável pela organização da manifestação, durante um jantar destinado a alinhar detalhes do evento. No início de agosto, Malafaia havia criticado governadores cotados para 2026 que não compareceram a protestos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Naquela ocasião, Tarcísio alegou recuperação de uma cirurgia para justificar a ausência.
Nos últimos dias, o governador paulista elevou o tom contra o STF e declarou que “não acredita na Justiça” durante a abertura do julgamento de Bolsonaro por suposta tentativa de golpe, na terça-feira (2). A declaração coincidiu com o aumento da pressão da oposição para que a Câmara e o Senado votem o projeto de lei da anistia.
Alinhado ao ex-presidente — de quem foi ministro da Infraestrutura —, Tarcísio divulgou na quinta-feira (4) um vídeo defendendo a medida. Na gravação, ele cita anistias concedidas desde o período colonial até a Lei de 1979 e questiona: “Por que não dar anistia agora?” Para o governador, o perdão representaria “reencontro com a liberdade, com a Justiça e com a esperança”.
Presenças confirmadas e ausências
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), figura entre os presidenciáveis que apoiarão o ato. Zema participará da cerimônia cívica de 7 de Setembro em Belo Horizonte e, em seguida, viajará a São Paulo para integrar a manifestação na Paulista a partir das 15h.
No Paraná, a assessoria de Ratinho Junior (PSD-PR) informou que ele permanecerá em Curitiba para o desfile da Independência pela manhã e não irá à capital paulista. Em Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO) deverá acompanhar as celebrações em Goiânia; detalhes de sua agenda ainda não foram confirmados.

Imagem: Mônica Andrade
Jorginho Mello (PL-SC) incluiu a Paulista em sua programação, porém a viagem depende de confirmação de última hora. Caso permaneça em Santa Catarina, ele deve aderir a um ato local em Florianópolis. Já o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), não divulgou se participará da mobilização.
Repercussão política
Nos bastidores, a defesa da anistia reforça o posicionamento de Tarcísio como principal nome da centro-direita contra Lula na eleição presidencial de 2026. O governador paulista é o único dos presidenciáveis que pode concorrer à reeleição em seu estado, mas aliados relatam avanço de articulações nacionais em torno de sua entrada na disputa pelo Palácio do Planalto. A movimentação conta com o apoio de dirigentes do Republicanos e de líderes do chamado Centrão.
A manifestação do próximo domingo, portanto, servirá como termômetro tanto para a pauta da anistia quanto para as pretensões eleitorais de Tarcísio e Zema.
Com informações de Gazeta do Povo