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STF aceita denúncia e torna Ricardo Salles réu por contrabando de madeira

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e transformou o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) em réu por suposto contrabando de produtos florestais. A decisão foi assinada na quinta-feira, 4 de setembro de 2025.

A acusação se refere ao período em que Salles comandou o Ministério do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com a PGR, servidores indicados pelo então ministro teriam atuado para favorecer madeireiras em Altamira (PA), facilitando a exportação irregular de madeira.

O inquérito foi instaurado a partir de notícia-crime apresentada pelos ex-deputados Joenia Wapichana (Rede-RR) e Alessandro Molon (PSB-RJ), após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de abril de 2020. A Polícia Federal apontou a existência de um esquema que envolvia agentes públicos e empresas privadas para burlar a fiscalização e enviar cargas ao exterior sem a documentação exigida.

Em relatório, a PF pediu a realização de diversas diligências contra os investigados, citando a participação de 22 pessoas. A denúncia engloba os crimes de organização criminosa, contrabando ou descaminho, patrocínio de interesses privados perante a administração pública e obstrução da fiscalização ambiental.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), remessas de madeira de origem brasileira foram apreendidas nos Estados Unidos sem a autorização legal. As investigações também indicaram que um despacho assinado na gestão de Salles liberou a exportação de produtos florestais sem licença, atendendo a pedidos de empresas que tiveram cargas retidas nos EUA e na Europa.

O juiz federal substituto Gilson Jader Gonçalves Vieira Filho determinou a mudança da classe processual para Ação Penal de Procedimento Ordinário, tendo o MPF como parte acusadora e os denunciados como réus.

Salles afirmou que a decisão não traz fatos novos e lembrou que o processo já tramitava na primeira instância. Em junho de 2021, ele deixou o cargo de ministro após operação da Polícia Federal que afastou dez servidores do Ibama e do ministério.

Com informações de Gazeta do Povo