O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (19) a substituição da prisão preventiva do ex-diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal Rodrigo de Melo Teixeira e de outros três investigados por medidas cautelares.
Além de Teixeira, deixaram a cadeia o ex-deputado estadual mineiro João Alberto Paixão Lages e os empresários Helder Adriano de Freitas e Alan Cavalcante do Nascimento. Os quatro haviam sido detidos em setembro durante a Operação Rejeito, que apura suspeitas de crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro no setor de mineração em Minas Gerais.
Na decisão, Toffoli impôs monitoramento por tornozeleira eletrônica, entrega de passaportes, proibição de deixar a comarca de residência e recolhimento domiciliar noturno. Para o ministro, as restrições são suficientes para garantir a aplicação da lei penal, proteger a ordem pública e preservar a instrução criminal.
Investigação da Polícia Federal aponta que teixeira teria negociado direitos minerários com uma organização criminosa que, segundo os investigadores, faturou cerca de R$ 1,5 bilhão e mantém projetos avaliados em mais de R$ 18 bilhões.
Interceptações telefônicas indicam que o ex-diretor seria administrador de fato da Gmais Ambiental Ltda., criada em março de 2021, período em que ocupava o cargo de secretário municipal adjunto em Belo Horizonte. A PF sustenta ainda que ele exercia controle informal sobre a empresa Brava, ocultando patrimônio e interferindo em inquéritos ligados ao setor mineral.
A defesa de Teixeira alegou perseguição interna na Polícia Federal por motivos políticos e negou qualquer tentativa de obstrução das investigações.
Teixeira foi superintendente da PF em Minas Gerais a partir de 2018, atuando nas investigações sobre o ataque a faca contra o então candidato Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora, e na tragédia do rompimento da barragem de Brumadinho. Também ocupou cargos na administração estadual e municipal, entre eles a Secretaria de Segurança de Belo Horizonte e a presidência da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) durante o governo Fernando Pimentel (PT).
Com informações de Gazeta do Povo