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STF monta operação de segurança com drones e cães farejadores para julgamento de Bolsonaro

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Brasília receberá, a partir de terça-feira (2.set.2025), um esquema especial de segurança para o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. A operação reúne a Polícia Judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).

Monitoramento reforçado no STF

Todos os dias, às 6h, equipes da Polícia Federal entrarão no prédio do Supremo com cães farejadores. O perímetro também será vigiado por drones equipados com câmeras térmicas, capazes de atuar 24 horas. Para evitar aglomerações, a Praça dos Três Poderes será isolada por grades, e agentes de segurança dormirão dentro do tribunal durante todo o período, inclusive no feriado de 7 de Setembro.

Residências dos ministros, atualmente vistoriadas uma vez por semana, passarão a receber varreduras diárias enquanto o julgamento estiver em curso.

Segurança para o desfile de 7 de Setembro

O mesmo aparato servirá às comemorações da Independência, previstas para domingo (7.set.), na Esplanada dos Ministérios. O público terá acesso ao local a partir das 6h, mediante revistas. Estão proibidos armas, objetos cortantes, substâncias inflamáveis, recipientes de vidro, fogos de artifício, mochilas grandes, barracas e drones sem autorização.

Polícia Militar e centro de inteligência

Nesta segunda-feira (1º.set.), às 7h, a Polícia Militar do Distrito Federal deslocará viaturas e efetivo para permanecer em frente ao STF até o fim do julgamento. Cerca de 30 agentes extras já pernoitam no prédio, garantindo vigilância 24 horas.

Também na segunda-feira entra em operação a Célula Presencial Integrada de Inteligência, instalada na sede da SSP-DF. O grupo, formado por órgãos de segurança locais e federais, vai compartilhar dados, monitorar redes sociais e identificar movimentações suspeitas para agilizar respostas.

Detalhes do processo

O Núcleo 1 da Ação Penal 2668 reúne oito réus: Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Eles respondem por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, associação criminosa armada e crimes contra patrimônio tombado.

O julgamento começa em 2 de setembro na Primeira Turma do STF, com sessões previstas também para os dias 3, 9, 10 e 12. A turma é composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin; a condenação exige ao menos três votos.

A sessão inaugural ocorrerá das 9h ao meio-dia. Após a leitura do relatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até uma hora para sustentar a acusação, tempo igual ao reservado para cada advogado dos oito réus. O cronograma prevê oito horas de sustentações orais, seguidas dos votos dos ministros, começando por Moraes.

Desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, determinada por Moraes após descumprimento de medidas cautelares. Ainda não há data para o julgamento dos réus dos núcleos 2 e 3.

Com informações de Gazeta do Povo