A decisão unânime da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro intensificou a disputa política em Brasília nesta terça-feira (25.nov.2025). A oposição reagiu imediatamente e exige que a Câmara vote ainda nesta semana um projeto de anistia para investigados pelos atos de 8 de janeiro.
Reação no Congresso e no exterior
Líderes aliados a Bolsonaro anunciaram uma ofensiva internacional contra o ministro Alexandre de Moraes. O PL encaminhará denúncias a embaixadas estrangeiras, confirmou o deputado Sóstenes Cavalcante. Paralelamente, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que somente uma anistia poderá reverter o que classificou como “punições absurdas”. Já o deputado Eduardo Bolsonaro, em entrevista ao norte-americano Steve Bannon, pediu que o governo dos Estados Unidos, presidido por Donald Trump, endureça sanções contra Moraes.
A prisão do ex-chefe do Planalto também acelerou conversas no Centrão para encontrar um nome capaz de enfrentar o presidente Lula nas eleições de 2026.
Riscos para o Planalto no Legislativo
A relação do governo com o Congresso se deteriorou após novos atritos com os presidentes das duas Casas. O chefe da Câmara, Arthur Motta, foi chamado de “imaturo” e acusado de agir “na surdina” pelo deputado petista Lindbergh Farias. Motta respondeu que não pretende mais dialogar com o líder do PT.
No Senado, Davi Alcolumbre foi criticado por um advogado de Donald Trump pela demora em pautar um pedido de impeachment contra Moraes, elevando o risco de derrotas ao Executivo em votações futuras.
Sabatina de Messias no STF segue sem data
A indicação de Jorge Messias para uma vaga no STF continua em compasso de espera. Alcolumbre declarou que a sabatina ocorrerá “no momento oportuno”, sem fixar data. Enquanto busca apoio, Messias elogiou publicamente o presidente do Senado. O líder do PL na Casa afirmou que a legenda adotará postura crítica durante a sabatina.
Outros destaques do dia
• O presidente Lula disse que o biodiesel produzido pela Petrobras é tão puro que “dá até para beber”.
• Lula sinalizou que o BNDES pode retomar financiamentos de infraestrutura em países africanos.
• O ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates desfiliou-se do PT, alegando “intrigas palacianas”.
• Mirando 2026, o deputado Aécio Neves afirmou que o PSDB não apoiará nem Lula nem um candidato da família Bolsonaro.
Os desdobramentos da prisão de Jair Bolsonaro seguem pautando o Congresso e ampliam a tensão entre Planalto, oposicionistas e o STF.
Com informações de Gazeta do Povo
