Brasília, 18 de novembro de 2025 – O cerco jurídico e político ao ex-presidente Jair Bolsonaro se intensificou após o Supremo Tribunal Federal (STF) publicar a ata que rejeitou recursos contra uma condenação imposta ao ex-mandatário. Paralelamente, senadores da base aliada visitaram o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, em meio a especulações sobre uma eventual prisão de Bolsonaro.
Câmara marca votação do PL antifacção
O deputado federal Carlos Motta (PL-MG) confirmou para esta terça-feira (18) a votação do chamado PL antifacção, que endurece o combate a organizações criminosas e pretende reduzir o “prende e solta”. A proposta motiva divergências dentro do governo: o ministro dos Transportes, Renan Filho, acusou o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, de usar o texto para tentar blindar investigações que o atingem.
Novo movimento em busca de alívio para Bolsonaro
Além do projeto antifacção, voltou a tramitar no Congresso o denominado PL da Dosimetria, apontado por parlamentares como possível via para atenuar punições em processos que envolvem Bolsonaro. O assunto foi retomado por Motta na última sessão. Já o deputado Eduardo Bolsonaro declarou em plenário que ser réu no STF é “um orgulho”. Nos bastidores, líderes da direita ventilam uma chapa formada por Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro para a eleição presidencial de 2026.
Medidas do governo Lula provocam reação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou decreto proibindo o uso de linguagem neutra em documentos oficiais. Na mesma linha, o Executivo ampliou seu poder de fiscalizar conteúdos online, driblando o Congresso, e Lula defendeu uma “guerrilha democrática” ao lançar o novo Plano Nacional de Cultura.
Na área econômica, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a crise fiscal como “delírio”, mas opositores apontam manobras contábeis para fechar as contas públicas. Outro foco de críticas recaiu sobre a primeira-dama Janja da Silva: um desfile em Paris promovido por ela custou R$ 344 mil aos cofres federais.
Judiciário: inquérito parado e alerta sobre insegurança
No Supremo, o ministro Dias Toffoli suspendeu investigação de corrupção na mineração, deixando a situação de 17 presos indefinida. Seu colega André Mendonça declarou que o país vive “estado de insegurança jurídica”.
Cena internacional e COP30
Os Estados Unidos, sob comando do presidente Donald Trump, enviaram um porta-aviões ao Caribe, aumentando a pressão sobre a Venezuela e levando o líder Nicolás Maduro a pedir paz. No Brasil, os preparativos para a COP30 em Belém geraram atrito diplomático: o prefeito da capital paraense e o governador do estado chamaram o chanceler alemão de “arrogante” após críticas vindas de Berlim.
As movimentações no STF, no Congresso e no Palácio do Planalto indicam um cenário político cada vez mais tenso, com desdobramentos esperados já nos próximos dias.
Com informações de Gazeta do Povo