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STF começa a julgar Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro acusado de tentativa de golpe

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Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (9) o julgamento do ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, denunciado por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Martins é um dos seis réus da Ação Penal 2693, que investiga a elaboração de uma minuta de decreto presidencial para convocar novas eleições e ordenar a prisão do ministro Alexandre de Moraes. O plenário deve se reunir também nos dias 10, 16 e 17 de dezembro para concluir a análise.

Como será a sessão

Nesta terça (9), apresentam sustentações orais o procurador-geral da República (PGR) e as defesas. Em seguida, votam os ministros Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino.

Acusações e possível pena

O ex-assessor responde pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada. Condenações anteriores no mesmo processo indicam que a pena pode ultrapassar 20 anos de prisão.

Pontos contestados pela defesa

Advogados e juristas apontam supostas irregularidades, como:

  • Ausência de foro privilegiado, que, segundo a defesa, impediria o STF de julgar o caso;
  • Prisão preventiva mantida por seis meses sem denúncia formal;
  • Exigência de que o réu provasse não ter deixado o país, invertendo o ônus da prova;
  • Imposição de medidas cautelares, entre elas tornozeleira eletrônica e restrição ao uso de redes sociais.

Cronologia do processo

8 de fevereiro de 2024: Polícia Federal deflagra a Operação Tempus Veritatis; Martins é preso preventivamente sob suspeita de planejar fuga aos Estados Unidos.

Março de 2024: PGR pede revogação da prisão, alegando inexistência de risco de evasão.

9 de agosto de 2024: Moraes concede liberdade, mas mantém tornozeleira, recolhimento domiciliar noturno e proibição de entrevistas.

Abril de 2025: Primeira Turma do STF recebe a denúncia e torna Martins réu.

Outubro de 2025: Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) informa oficialmente que o ex-assessor não ingressou no país em dezembro de 2022, contestando um dos fundamentos da prisão preventiva.

Próximos passos

Após as sustentações orais e os votos previstos, o julgamento poderá ser concluído até 17 de dezembro. Caso condenado, Martins poderá recorrer dentro do próprio STF. Se absolvido, o PGR já solicitou abertura de novo inquérito para apurar eventual fraude na documentação de entrada nos Estados Unidos.

O processo é considerado emblemático por organizações jurídicas e parte da imprensa, que apontam possível uso de medidas de exceção pelo Supremo desde a abertura das investigações.

Com informações de Gazeta do Povo