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Sindicato do Banco Central vê risco de pressão externa na liquidação do Banco Master

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O Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central em São Paulo (Sinal-SP) divulgou nota na segunda-feira, 22 de dezembro de 2025, defendendo a estabilidade funcional dos servidores como barreira contra “ingerências e pressões externas” no processo que levou à liquidação do Banco Master.

A manifestação veio após revelações de contatos entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, envolvendo o caso da instituição controlada pelo empresário Daniel Vorcaro.

Reuniões de Moraes e Galípolo

Em três comunicados distintos, Moraes negou ter discutido o Banco Master nas conversas com Galípolo. Na última nota, de terça-feira (23), o ministro detalhou dois encontros: o primeiro em 14 de agosto, após ser alvo da Lei Magnitsky, e o segundo em 30 de setembro, depois de a esposa dele, Viviane, também ser sancionada. Segundo Moraes, as reuniões, realizadas em seu gabinete, trataram exclusivamente dos impactos das sanções sobre contas correntes, cartões e movimentações bancárias.

Defesa da autonomia técnica

Sem mencionar diretamente qualquer tentativa de interferência do magistrado, o Sinal-SP declarou “plena confiança” na atuação “técnica, íntegra e responsável” dos servidores do BC na condução da liquidação do Banco Master, ressaltando que o procedimento foi baseado em critérios legais e prudenciais para proteger o Sistema Financeiro Nacional e os consumidores.

“O episódio evidencia a importância vital do Regime Jurídico Único e da estabilidade funcional”, diz o texto, ao afirmar que essas prerrogativas permitem ao corpo técnico resistir a pressões externas e tomar decisões “com autonomia e fundamentação técnica”.

Questionamentos no TCU

Na sexta-feira, 19 de dezembro, o ministro Jhonatan de Jesus, do Tribunal de Contas da União (TCU), cobrou explicações do BC e apontou indícios de “precipitação” na decisão de liquidar o Banco Master. Para o TCU, há sinais de demora na busca de alternativas de mercado e, em seguida, rapidez excessiva na adoção da medida extrema.

O sindicato concluiu que a defesa das garantias funcionais “não é apenas uma pauta corporativa, mas um pilar essencial para a proteção do interesse público e para o fortalecimento das instituições de Estado”.

Com informações de Gazeta do Povo