Home / Política / Senador prevê prisão inédita de ministro de tribunal superior durante CPI do Crime Organizado

Senador prevê prisão inédita de ministro de tribunal superior durante CPI do Crime Organizado

ocrente 1765461917
Spread the love

Brasília – O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado no Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), declarou nesta terça-feira (9) que o país pode assistir em breve à primeira prisão de um integrante de tribunal superior.

O pronunciamento ocorreu durante reunião da CPI que contou com a presença do ministro da Justiça e ex-magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Segundo Vieira, o Brasil já registrou a detenção de presidentes da República, ministros de Estado, parlamentares, governadores e prefeitos, mas nunca de magistrados das cortes superiores.

“Esse é um país que já teve presidente preso, senador preso, deputado preso, governador preso, prefeito, vereador, mas ainda não teve ministro de tribunais superiores. Me parece que esse momento se avizinha”, afirmou o senador.

Críticas a vínculos com o crime organizado

Vieira denunciou o que considera um “ponto de infiltração claro” do crime organizado em órgãos públicos. Sem citar nomes, relatou casos em que autoridades teriam utilizado jatinhos, hospedagens e serviços de luxo pagos por organizações criminosas.

“Temos ministros que acham normal caronas em jatinho pago pelo crime organizado, participam de evento de luxo pago pelo crime organizado e depois voltam a Brasília para julgar”, disse o relator.

Na avaliação do senador, o lobby, a venda de acesso e o financiamento de campanhas por grupos ilícitos configuram práticas que precisam de resposta imediata do Estado.

Resposta do Ministério da Justiça

Questionado sobre medidas contra o financiamento ilegal, Lewandowski afirmou que o país já dispõe de instrumentos legais para punir condutas antiéticas de magistrados e advogados, bem como para coibir crimes previstos na legislação penal.

“Temos um corpo normativo suficiente. O que é preciso é colocar em prática essa legislação e redobrar a fiscalização”, afirmou o ministro da Justiça.

Lewandowski ressaltou que cabe aos órgãos de controle e às instâncias judiciais aplicar as sanções previstas quando houver transgressão de normas éticas ou criminais.

Com informações de Direita Online