O senador Rogério Marinho (PL-RN) encaminhou pedidos de investigação à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Comissão de Ética da Presidência da República contra o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Wolney Queiroz e o empresário João Luiz Dias Perez, proprietário da Provider.
A representação sustenta que Queiroz e Perez se reuniram em 22 de junho de 2023 enquanto ocorria a sessão de licitação na qual a Provider foi declarada vencedora para operar a central de atendimento 135 do INSS. O encontro, segundo documentos apresentados por Marinho, teria ocorrido das 10h14 às 17h32, período que coincide com o certame, realizado das 10h às 17h20.
No entendimento do senador, a coincidência de horários indica possível “vantagem indevida” e violação do sigilo necessário ao processo licitatório. Ele solicita, entre outras medidas, a quebra do sigilo de comunicações entre o ex-dirigente do INSS e o empresário.
Procurado pelo jornal Estado de S. Paulo, o Ministério da Previdência afirmou que a reunião tratou de serviços já executados pela Provider. O próprio Perez reiterou que o encontro teve “tema estritamente contratual e administrativo”.
Contratos da Provider com o governo
A Provider mantém, desde 2017, o contrato para a central telefônica 135. O acordo atual, de R$ 117,7 milhões, vigora até 2027. Dados do Portal da Transparência indicam que a companhia já recebeu R$ 647 milhões em contratos federais desde 2012, sendo o maior deles — R$ 194 milhões — firmado ainda no governo de Dilma Rousseff e encerrado em 2017, na gestão Michel Temer.
A reportagem entrou em contato com Wolney Queiroz e com a Provider; ambos não se manifestaram até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para pronunciamento.
Com informações de Gazeta do Povo