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Senado prepara relatório com denúncias de Tagliaferro contra Moraes e enviará documento aos Estados Unidos

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A Comissão de Segurança Pública do Senado, presidida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), deve concluir até a próxima semana um relatório reunindo documentos, mensagens e demais provas apresentadas pelo perito Eduardo Tagliaferro contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O material será apreciado pelos senadores na terça-feira, 9 de setembro, e em seguida encaminhado a diversos órgãos de fiscalização: STF, Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Procuradoria-Geral da República (PGR), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Envio a Washington

Por requerimento aprovado ao fim da audiência com Tagliaferro, o colegiado também enviará o relatório ao governo dos Estados Unidos, detalhando a suposta participação de Moraes e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, em irregularidades investigadas sob a Lei Global Magnitsky – legislação que já resultou em sanções contra Moraes em julho.

Segundo Tagliaferro, parte das provas já foi digitalizada e encaminhada às autoridades norte-americanas. O Tesouro dos EUA analisa as relações financeiras do ministro para impedir eventuais manobras que burlem as restrições.

Acusações do ex-perito

Em audiência no último dia 2, Tagliaferro relatou que, quando atuava no TSE, elaborou relatórios usados por Moraes para embasar ações de busca, apreensão e bloqueios de perfis de políticos, jornalistas e ativistas de direita. Ele afirma que:

  • relatórios teriam sido produzidos retroativamente para justificar operação contra empresários em agosto de 2022;
  • havia alvos pré-determinados, principalmente influenciadores alinhados ao então presidente Jair Bolsonaro;
  • a Assessoria Eleitoral de Enfrentamento à Desinformação teria passado a exercer poder de polícia após as eleições.

O perito disse ainda que a publicação de símbolos nacionais ou apoio a Bolsonaro era usada como critério para manter presos investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.

Resposta de Moraes

Em nota divulgada no dia 4, o gabinete de Alexandre de Moraes negou qualquer irregularidade. O texto informa que os relatórios citados foram solicitados dentro das normas regimentais, anexados aos inquéritos das fake news e das milícias digitais e compartilhados com a Polícia Federal e a PGR.

Próximos passos no Senado

Parlamentares falam em criar a CPI da Vaza Toga para aprofundar as denúncias. Também foi aprovada a disponibilização das provas às defesas dos réus dos atos de 8 de janeiro e o envio de cópias a organismos internacionais, como OEA e Parlamento Europeu.

A comissão discute ainda medidas de proteção a Tagliaferro e à família, incluindo possível solicitação de apoio ao governo italiano e ao governo de São Paulo.

Com informações de Gazeta do Povo