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Senado aprova projeto que impõe regras para proteção de crianças e adolescentes na internet

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O Senado Federal aprovou, em votação simbólica nesta quarta-feira (27), o Projeto de Lei conhecido como “PL da Adultização”, que impõe uma série de medidas de segurança digital para crianças e adolescentes e prevê multas a plataformas que descumprirem as novas regras. Como a proposta já havia passado pela Câmara dos Deputados, o texto segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Regras para os responsáveis

A matéria concede a pais e responsáveis o direito de monitorar e restringir a navegação de menores em redes sociais, jogos online e outros serviços digitais. Entre as ferramentas previstas estão:

  • bloqueio de conteúdos considerados inadequados;
  • restrição de comunicação direta entre adultos e usuários menores de 18 anos;
  • controle do tempo de permanência nas plataformas;
  • vinculação das contas de crianças aos perfis dos responsáveis.

Obrigações das empresas de tecnologia

O texto determina que provedores de aplicativos, redes sociais e jogos eletrônicos com acesso potencial a menores devem:

  • reduzir a exposição a exploração sexual, violência, assédio e bullying;
  • informar responsáveis sobre riscos de conteúdos adultos;
  • oferecer ferramentas de controle de privacidade e de operações financeiras;
  • verificar a identidade de adultos que interagirem com menores.

Loot boxes proibidas

Relator da proposta no Senado, o senador Flávio Arns (PSB-PR) manteve a maior parte do texto aprovado na Câmara, mas endureceu o trecho que trata das caixas de recompensa (“loot boxes”). O substitutivo proíbe completamente esse mecanismo em jogos voltados ao público infantojuvenil, alegando risco de estímulo ao comportamento compulsivo.

Outras restrições

O projeto também veda publicidade direcionada baseada em perfis ou análises emocionais de crianças, exige remoção célere de conteúdos nocivos sem necessidade de ordem judicial e condiciona a coleta de dados de menores ao consentimento dos responsáveis.

Penalidades

Empresas que infringirem as novas normas poderão ser multadas em até 10% de seu faturamento ou R$ 50 milhões por infração. Os valores arrecadados serão destinados ao Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente.

A discussão no Congresso ganhou força após a publicação de um vídeo sobre erotização infantil pelo influenciador digital Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que repercutiu nas redes sociais e motivou a criação de uma CPI da Adultização no Senado.

Com informações de Gazeta do Povo