A semana começou com forte movimentação no Poder Judiciário. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a prisão domiciliar e as demais restrições impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Moraes também autorizou que Bolsonaro receba atendimento médico em casa.
Em outra frente ligada aos atos de 8/1, Moraes revogou a prisão de um réu depois de reconhecer erro judicial e admitiu que um documento citado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) não consta nos autos. O magistrado ainda determinou a inclusão em pauta do julgamento de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência, e de outros acusados, decisão que gerou reações da oposição.
Investigações e pedidos rejeitados
A PGR negou solicitação do PT e do PSOL para prender o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suposta relação com os acontecimentos de 8 de janeiro. Enquanto isso, o ministro da Justiça, Flávio Dino, suspendia decisões que liberavam áreas devastadas na Amazônia e no Pantanal.
Aposentadoria no STF
O ministro Luís Roberto Barroso oficializou sua aposentadoria, abrindo disputa pela vaga no Supremo. O presidente Lula declarou que não pretende indicar um “amigo” para o cargo. No Senado, o líder do governo, Jaques Wagner, citou o advogado-geral da União, Jorge Messias, como favorito.
Agenda parlamentar
No Congresso, o debate sobre anistia aos envolvidos no 8/1 segue dividido. A oposição tenta avançar o tema, mas o presidente de comissão no Senado classificou a proposta como “letra morta”. O senador Davi Alcolumbre tornou-se peça central ao barrar pautas defendidas por oposicionistas.
Os senadores também aprovaram a criação de 330 cargos comissionados no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e instituíram um grupo parlamentar para estreitar laços com parlamentares russos atualmente alvos de sanções dos Estados Unidos.
Governo adia LDO e reage ao Centrão
Após derrota na votação da chamada “MP da taxação”, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu o adiamento da análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O Executivo estuda retomar projetos que taxam apostas e fintechs.
No plano administrativo, o governo dimitiu indicados do Centrão, medida coordenada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em resposta a votos contrários no Parlamento.
Correios e pesquisas eleitorais
A situação financeira dos Correios preocupa o Planalto: a estatal pode precisar de até R$ 20 bilhões em aportes de bancos públicos e privados.
Já no cenário eleitoral de 2026, levantamentos apontam Tarcísio de Freitas liderando a corrida ao governo paulista, enquanto Eduardo Bolsonaro e Fernando Haddad aparecem à frente na disputa pelo Senado por São Paulo.
Com tantas frentes abertas, o Judiciário, o Congresso e o Planalto atravessam mais uma semana decisiva na capital federal.
Com informações de Gazeta do Povo