Brasília – A sucessão de internações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 70 anos, aliada à condenação de 27 anos e três meses de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), impõe novos limites à sua participação no cenário eleitoral de 2026.
Na tarde de 16 de setembro, Bolsonaro deixou sua residência em Brasília para ser internado no hospital DF Star após apresentar crise de soluço, vômito e queda de pressão. Segundo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o pai chegou a ficar cerca de dez segundos sem respirar. O ex-presidente permaneceu em observação até o início da tarde de 17 de setembro, quando recebeu alta.
Flávio e outros aliados, como o senador Magno Malta (PL-ES) e os deputados Evair de Melo (PP-ES) e Hélio Lopes (PL-RJ), atribuem o quadro clínico ao que chamam de pressão psicológica decorrente do julgamento no STF. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) relatou indícios de anemia, pneumonia residual, crises recorrentes de soluço, suspeita de nova hérnia abdominal e possível câncer de pele.
Defesa prepara pedido para manter prisão domiciliar
Condenado por tentativa de golpe, Bolsonaro cumpre atualmente prisão domiciliar. Advogados já formulam argumentos para estender essa condição, citando vulnerabilidade clínica como razão humanitária — linha semelhante à que beneficiou o ex-presidente Fernando Collor. A alternativa visa evitar transferência para presídio comum ou sala especial em instalações militares ou da Polícia Federal.
Sete anos de complicações cirúrgicas
Desde a facada sofrida em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro passou por sete cirurgias ligadas ao atentado e outras quatro por diferentes problemas de saúde. A última operação revelou lesões que ainda provocam obstruções intestinais recorrentes, aderências e episódios de pneumonia por broncoaspiração.
Em julho de 2021, o ex-presidente já havia sido internado por obstrução intestinal parcial após soluços persistentes. De lá para cá, a necessidade de repouso tem imposto cancelamentos de compromissos, agora somados às restrições da prisão domiciliar.
Impacto sobre 2026
Para analistas políticos ouvidos pela reportagem original, a influência de Bolsonaro em 2026 dependerá não apenas de eventuais reviravoltas na Justiça, mas também de sua capacidade física de participar de uma campanha. Mesmo sem concorrer, aliados acreditam que ele pode atuar como cabo eleitoral, papel cuja viabilidade passa a ser condicionada pelos repetidos problemas de saúde.
Com informações de Gazeta do Povo