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Renan Filho diz que relator do PL antifacção quer restringir ações da Polícia Federal

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Brasília — O ministro dos Transportes, Renan Filho, acusou o deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) de tentar “blindar” investigações contra facções criminosas ao apresentar um substitutivo ao projeto de lei antifacção que tramita na Câmara dos Deputados. A declaração foi feita na noite de domingo (16), durante entrevista ao programa Canal Livre, da TV Band.

Segundo Renan Filho, Derrite — que deixou a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo para reassumir o mandato — passou a relatar a proposta originalmente enviada pelo governo federal e, no novo texto, “submete a vontade da Polícia Federal aos governos estaduais”. O ministro classificou a manobra como “muito estranha” e criticou a rapidez com que o parlamentar tenta levar o assunto ao plenário.

A iniciativa de Derrite já está na quarta versão e pode ser votada nesta terça-feira (18). “Ninguém sabe direito qual texto vai a voto”, afirmou o ministro, afirmando que o Executivo ainda não teve acesso integral ao conteúdo mais recente.

Críticas ao conteúdo do relatório

Renan Filho rejeitou pontos do substitutivo, entre eles a equiparação de facções criminosas a grupos terroristas — dispositivo retirado da última versão. Mesmo assim, considera que o parecer fragiliza a atuação da Polícia Federal. “O relatório do Derrite era tão ruim que uniu governo, governadores de extrema-direita, sociedade e imprensa contra ele”, disse.

O ministro questionou os interesses por trás das mudanças: “Quem quer afastar a Polícia Federal? Será por causa daquela grande operação em São Paulo que mostrou vínculos do PCC com o mercado de capitais?”.

Contexto de pressão

A discussão sobre o endurecimento da legislação ocorre após a Operação Contenção, realizada em 2025 no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. A ação resultou em 121 mortos — entre eles quatro policiais — e 113 presos. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes apura possíveis excessos policiais no âmbito da ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”.

A votação do projeto na Câmara segue incerta. Para Renan Filho, mesmo que o relator altere novamente o texto, “a lambança foi grande” e pode adiar a análise pelos deputados.

Com informações de Gazeta do Povo