Brasília – O nome de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apareceu em relatórios da Polícia Federal (PF) sobre o esquema de descontos irregulares aplicados a aposentados e pensionistas do INSS por causa de sua relação de amizade com a empresária Roberta Luchsinger.
As primeiras menções surgiram quando os investigadores avançaram sobre o círculo pessoal de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como mentor das fraudes. Lulinha não é formalmente investigado e não há provas documentais que o vinculem a Antunes.
CPMI enfrenta impasse para convocar o filho do presidente
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS tenta ouvir Lulinha desde 4 de dezembro, mas o pedido foi barrado pela base governista. Após nova etapa da Operação Sem Desconto, deputados do Novo reapresentaram a solicitação.
Pagamentos a empresa de Roberta Luchsinger
A PF apura cinco transferências de R$ 300 mil cada, feitas por Antunes para uma empresa de Roberta. Em diálogos interceptados, ele afirma que o dinheiro seria destinado ao “filho do rapaz”, sem esclarecer a identidade. Em outra mensagem, a empresária comenta: “na época do Fábio falaram de Friboi… igual agora com você”. Até agora, não há confirmação de que o “Fábio” seja Fábio Luís.
Viagem a Portugal é citada em depoimento
Edson Claro, ex-assessor de Antunes, relatou à PF que Lulinha e o “Careca do INSS” teriam viajado juntos para Portugal, em novembro de 2024, em voo de primeira classe de Guarulhos a Lisboa.
Posicionamento de Lula e da PF
Em 28 de dezembro, o presidente Lula afirmou que todos os envolvidos no esquema devem ser investigados e disse que “se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado”. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, declarou no dia 16 que não comentaria detalhes por causa do sigilo da apuração.
Antecedentes envolvendo Fábio Luís
• Operação Mapa da Mina (2019): investigou repasses estimados pela PF em até R$ 193 milhões a uma empresa de tecnologia da qual Lulinha era sócio. O caso foi arquivado em janeiro de 2022 após o Supremo Tribunal Federal anular provas autorizadas pelo então juiz Sergio Moro.
• Indenização por danos morais (2024): Justiça de São Paulo condenou um lobista a pagar cerca de R$ 32 mil após ofensas proferidas contra o filho do presidente em 2006.
Defesas se manifestam
Em nota enviada em outubro, o advogado Marco Moreira de Carvalho afirmou que Lulinha “não tem nenhuma relação direta ou indireta” com os fatos investigados pela CPMI e que ele e Roberta Luchsinger são apenas amigos. A defesa da empresária nega qualquer participação em descontos do INSS e diz que ela foi procurada por Antunes para atuar na regulação de empresas de canabidiol.
Fábio Luís da Silva, 50 anos, é biólogo de formação, tornou-se empresário do setor de tecnologia e atualmente vive na Espanha, segundo o portal Metrópoles.
Com informações de Gazeta do Povo