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Recondução apertada de Paulo Gonet à PGR provoca críticas sobre atuação alinhada ao STF

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O Senado Federal aprovou em 15 de novembro de 2025, por diferença de apenas quatro votos, a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República por mais dois anos. O placar apertado motivou uma série de críticas reunidas pela Gazeta do Povo, que atribui a decisão a um suposto clima de complacência dos senadores em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Críticas à atuação do PGR

De acordo com o jornal, Gonet “merecia ser reprovado” por sua postura em investigações que envolvem políticos e ativistas de direita. Entre os episódios citados estão:

  • Denúncia de suposta trama golpista: a Procuradoria ofereceu acusação baseada principalmente no depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, cuja versão teria mudado nove vezes.
  • Processo contra Filipe Martins: ex-assessor de Jair Bolsonaro foi denunciado por planejar ruptura institucional durante viagem aos Estados Unidos que, segundo a publicação, nunca ocorreu.
  • Condenação de Débora Rodrigues: manifestante sentenciada a 14 anos de prisão por pichar uma estátua na Praça dos Três Poderes; a PGR enquadrou o ato como tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito.
  • Caso Eduardo Tagliaferro: ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no TSE afirmou haver “polícia paralela” no gabinete do magistrado; em vez de investigar a denúncia, a Procuradoria denunciou Tagliaferro pelo mesmo crime de abolição violenta da ordem constitucional.

Repercussão no Senado

Para a Gazeta do Povo, a votação de recondução evidenciaria “covardia, conveniência e submissão” do Senado ao STF. O jornal sustenta que a postura da Casa reforça a necessidade de renovação parlamentar em 2026, especialmente com representantes do campo conservador.

Em pronunciamento no dia seguinte à votação, Gonet agradeceu nominalmente ao ministro Alexandre de Moraes, gesto interpretado pela publicação como demonstração de alinhamento entre a Procuradoria-Geral da República e o magistrado considerado um dos mais influentes do país.

Mandato segue até 2027

Com a aprovação, Paulo Gonet permanece à frente da PGR até o fim de 2027. Críticos temem, segundo o jornal, que a recondução consolide práticas consideradas abusivas em investigações contra opositores do governo e reforce a dependência do Ministério Público Federal em relação às decisões do STF.

Com informações de Gazeta do Povo