A Executiva Nacional do PSOL aprovou, em 5 de novembro de 2025, uma resolução que retira a possibilidade de o partido lançar candidaturas próprias a alguns cargos nas eleições de 2026. O objetivo, segundo o texto, é unificar a chamada frente progressista em torno da tentativa de reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e reduzir a presença da extrema-direita e do centrão no Congresso.
O documento afirma que a legenda seguirá na base de sustentação do governo petista e destaca como prioridade “derrotar a extrema-direita” e ampliar a bancada de esquerda no Parlamento. Para isso, o partido admite abrir mão de disputar governos estaduais e vagas ao Senado quando houver nomes de outras siglas considerados mais competitivos.
A mudança de estratégia ocorre após o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) assumir o comando da Secretaria-Geral da Presidência, juntando-se à ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas) na equipe de Lula. Ambos são hoje as principais referências do partido no Executivo federal.
Entre os desafios elencados, a executiva cita a superação da cláusula de barreira, que exige 2,5% dos votos válidos em pelo menos nove estados — com mínimo de 1,5% em cada um — para garantir acesso ao fundo partidário e ao tempo de televisão. A legenda planeja pesquisas internas para avaliar sua imagem e ajustar a comunicação eleitoral.
O PSOL orientou seus diretórios estaduais a buscar a “unidade do campo progressista” já no primeiro turno, sempre que possível. A diretriz também vale para disputas ao Senado, onde o recuo em favor de aliados poderá ocorrer caso isso contribua para derrotar adversários da direita.
A resolução ainda indica o interesse em atrair novos quadros, citando Manuela D’Ávila (PCdoB) e Áurea Carolina (Rede) como prioridades para 2026. O partido mantém desde 2022 uma federação com a Rede Sustentabilidade, que deve permanecer até pelo menos 2026 para somar votos e cumprir a cláusula de desempenho.
Na eleição passada, PSOL, Rede, PT, PCdoB, PV, Solidariedade, PSB, Agir, Avante e PROS integraram a frente ampla que levou Lula ao terceiro mandato e que deverá ser repetida no pleito de 2026.
Com informações de Gazeta do Povo