Brasília – O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) toma posse na presidência nacional do PSDB na próxima quinta-feira, 27 de novembro, com a orientação de que o partido não apoiará a tentativa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem qualquer candidatura ligada à família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2026.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira (24), Aécio afirmou que a legenda passará por uma “reformulação profunda” e poderá, inclusive, abrir mão de lançar nome próprio ao Palácio do Planalto em 2026 para concentrar esforços na eleição de 2030. “Não apoiaremos Lula nem ninguém da família Bolsonaro”, declarou.
Reestruturação interna
Eleito em chapa única pelo diretório nacional, Aécio substituirá o ex-governador goiano Marconi Perillo, que assume o comando do Instituto Teotônio Vilela, órgão de formação política do partido. O novo presidente reconheceu a fragilidade tucana após a sigla chegar às eleições de 2022 sem candidato à Presidência e enfrentar redução de bancadas.
O objetivo, segundo Aécio, é eleger 30 deputados federais em 2026 e reconquistar espaço em estados onde o PSDB perdeu protagonismo. “Muitos acharam que iríamos acabar. Ainda vão ter que nos aturar”, afirmou.
Distância do PT e do bolsonarismo
Aécio descartou qualquer aproximação com Lula por “divergência conceitual e cultural” histórica com o PT. Ao mesmo tempo, rechaçou eventual aliança com herdeiros políticos de Bolsonaro. “Se for necessário, o PSDB terá candidatura própria apenas para marcar posição”, disse.
Para o deputado, há um eleitorado que não se sente representado nem por Lula nem por Bolsonaro e que pode voltar a enxergar o PSDB como alternativa de centro. “O Brasil real, que elegeu Fernando Henrique e quase me elegeu em 2014, não está nesses extremos”, afirmou.
Aécio acrescentou que, mesmo em caso de nova vitória de Lula, o atual presidente “já não será protagonista” após 2026, abrindo espaço para a consolidação de uma via centrista. “Temos que estar prontos para ocupar essa avenida”, concluiu.
Com informações de Gazeta do Povo
