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Projeto de isenção do IRPF pode levar Brasil à maior carga sobre lucro empresarial do mundo, dizem entidades

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Entidades empresariais alertam que o Projeto de Lei (PL) 1.087/2025, previsto para ser votado pelo Congresso Nacional ainda nesta semana, poderá elevar a carga tributária brasileira sobre o lucro corporativo a patamares inéditos no cenário internacional.

Estudo encomendado pela Abrasca

Análise solicitada pela Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto (Abrasca) aponta que, caso o texto seja aprovado sem alterações, a alíquota efetiva média para empresas enquadradas no regime de Lucro Real chegaria a 30,77%. Esse percentual corresponderia a uma alíquota nominal de 40,6%, superando os atuais 34% e ultrapassando a média de cerca de 23% praticada pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para o setor financeiro, o estudo projeta que o imposto sobre o lucro pode alcançar 48%. O levantamento também destaca o impacto sobre Companhias Abertas e sobre o Investimento Estrangeiro Direto (IED), segmentos considerados mais sensíveis ao aumento da tributação.

Motivação do projeto

O PL 1.087/2025 prevê a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil. Para compensar a perda de arrecadação, o texto eleva as alíquotas incidentes sobre o lucro das pessoas jurídicas.

Reação da indústria

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) reconhece a importância de ampliar a isenção do IRPF, mas argumenta que o aumento da carga sobre a renda corporativa pode comprometer o ambiente de negócios e afastar investimentos produtivos. Como alternativa, a entidade sugere a cobrança de 15% sobre a receita bruta das apostas virtuais de cota fixa, popularmente conhecidas como bets, para compensar parte da renúncia fiscal.

As discussões devem prosseguir ao longo da semana, enquanto governo, parlamentares e setor produtivo buscam um formato que viabilize a nova faixa de isenção sem pressionar ainda mais a tributação sobre as empresas.

Com informações de Gazeta do Povo