O diretório estadual do Progressistas (PP) no Paraná decidiu, por unanimidade, não apoiar a candidatura do senador Sergio Moro (União Brasil) ao governo do estado em 2026, mesmo com o ex-juiz liderando as pesquisas de intenção de voto.
A resolução foi anunciada nesta segunda-feira, 8 de dezembro de 2025, e teve o aval do presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, que afirmou não pretender intervir na escolha dos dirigentes paranaenses.
A negativa criou novo atrito com o União Brasil. Em Brasília, PP e União Brasil atuam no Tribunal Superior Eleitoral para oficializar a federação União Progressista, mas a decisão local expôs divergências sobre a disputa pelo Palácio Iguaçu.
Segundo o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), a falta de alinhamento com o União Brasil inviabilizou qualquer entendimento após sete meses de conversas. “É o resultado de meses de diálogo que infelizmente não prosperou”, declarou.
Do outro lado, o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, classificou o veto como “arbitrário” e garantiu que a legenda seguirá defendendo a candidatura de Moro. Nas redes sociais, Rueda escreveu que “imposições de vetos arbitrários são inaceitáveis”.
Moro compartilhou a mensagem de Rueda e reafirmou que continuará buscando consenso dentro da federação. “Nosso compromisso é com a boa gente do Paraná, e não com interesses particulares”, disse o senador, defendendo diálogo e respeito.
O cenário eleitoral ainda envolve o PSD, partido do governador Ratinho Junior, que planeja lançar candidato próprio. Entre os nomes cotados estão os secretários Guto Silva e Rafael Greca, o vice-governador Darci Piana e o deputado estadual Alexandre Curi. Aliados do governador veem Moro como principal obstáculo à montagem de uma chapa competitiva.
Para registrar qualquer candidatura majoritária na futura federação, serão necessárias as assinaturas conjuntas de Ciro Nogueira e Antonio Rueda, algo ainda sem consenso. Já nas eleições proporcionais, o PP pretende garantir a recondução de seus cinco deputados federais e sete estaduais.
Ricardo Barros avaliou que, caso insista em disputar o governo, Moro poderá buscar abrigo em outra sigla. O senador está na metade de seu mandato, que termina apenas em 2030.
Ciro Nogueira minimizou riscos à construção da federação e elogiou Moro. “O senador é um grande nome e lidera as pesquisas, mas eu jamais ficarei contra a decisão do diretório do Paraná”, afirmou.
Com informações de Direita Online