Brasília – 07/12/2025 – O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamin, afirmou que magistrados devem adotar postura reservada diante da imprensa e do público, sob risco de comprometer a própria autoridade. “Juiz falante já perde um pouco da sua legitimidade”, declarou em entrevista ao portal Poder360.
Benjamin defendeu que o silêncio ou a moderação reforçam a imparcialidade e a confiança social no Judiciário. Segundo ele, manifestações públicas de presidentes de tribunais deveriam ocorrer apenas em situações excepcionais, para resguardar a “neutralidade institucional” das Cortes.
A entrevista foi concedida em meio ao aumento da exposição de juízes em redes sociais e nos meios de comunicação, cenário que, na avaliação do ministro, pode transformar processos em “espetáculo midiático”.
Salários e investigação interna
Questionado sobre salários, Benjamin ressaltou que a remuneração dos magistrados precisa refletir a complexidade do trabalho, ainda que o tema gere controvérsia no debate público.
Ele também se referiu à apuração sobre suposta venda de sentenças e reconheceu que, em um tribunal com mais de 5 mil servidores, é possível que “alguns poucos” descumpram padrões éticos, causando “enorme dano” à imagem da instituição.
Diversidade na Corte
O presidente do STJ lamentou a falta de representatividade no tribunal, composto por 33 ministros, dos quais apenas dois se declaram negros e seis são mulheres. Benjamin atribuiu a responsabilidade pela escolha dos nomes ao próprio STJ, diferentemente do Supremo Tribunal Federal (STF), cujas indicações partem do Executivo.
As declarações reforçam a defesa de um Judiciário mais técnico, discreto e alinhado a valores tradicionais de neutralidade e imparcialidade.
Com informações de Gazeta do Povo