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Presidente da Conafer é detido durante depoimento à CPMI do INSS sob acusação de falso testemunho

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Brasília — O presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Lopes, foi preso em flagrante na madrugada desta terça-feira, 30 de setembro de 2025, após prestar mais de nove horas de depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.

A ordem de prisão partiu do senador Carlos Viana (Podemos-MG), que preside o colegiado. Segundo Viana, Lopes “mentiu reiteradamente” ao ser questionado sobre supostas fraudes em descontos aplicados em benefícios de aposentados e pensionistas.

Acusações de falso testemunho

A iniciativa foi solicitada pelo deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), que apontou pelo menos quatro contradições no depoimento do dirigente. O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), anunciou que vai pedir a prisão preventiva de Lopes ao ministro André Mendonça, responsável pelo inquérito no Supremo Tribunal Federal.

Após ser encaminhado à Polícia Legislativa, o presidente da Conafer foi liberado algumas horas depois mediante pagamento de fiança, cujo valor não foi divulgado.

Fraude em fichas de autorização

Durante a oitiva, Gaspar apresentou dados da Controladoria-Geral da União (CGU) que indicam a existência de 100 fichas suspeitas em 2024, incluindo autorizações assinadas por pessoas já falecidas. Exemplos citados foram o de “Maria”, que teria permitido o desconto cinco anos após morrer, e o de “Gilberto”, cuja assinatura surgiu duas décadas após o óbito.

O relator afirmou que a prática gerou aproximadamente R$ 800 milhões em cobranças irregulares. Também foi mostrado o caso de Chrystofer, de 9 anos, incluído como associado para desconto em benefício previdenciário.

Defesa do presidente da Conafer

Carlos Lopes negou participação no esquema e alegou desconhecimento das irregularidades. Segundo ele, a coleta de assinaturas é feita por entidades locais — associações, sindicatos e cooperativas —, responsáveis por filiar os beneficiários.

Parlamentares compararam o modus operandi atribuído a Lopes ao de Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontados como articuladores de esquema semelhante.

Os trabalhos da CPMI prosseguem sem data definida para apresentação do relatório final.

Com informações de Gazeta do Povo