Home / Política / Na posse, Fachin promete recuperar confiança no STF e endurecer contra corrupção, crime organizado e privilégios internos

Na posse, Fachin promete recuperar confiança no STF e endurecer contra corrupção, crime organizado e privilégios internos

ocrente 1759255330
Spread the love

Brasília – Ao assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) na manhã de segunda-feira (29), o ministro Edson Fachin destacou a necessidade de reconquistar a confiança popular no Judiciário e anunciou medidas para combater corrupção, crime organizado e privilégios na magistratura.

Confiança abalada

Fachin citou pesquisas que apontam desgaste da imagem da Corte. Levantamento do Datafolha realizado em 29 e 30 de julho, com 2.004 entrevistados em 130 municípios, mostrou que 37% avaliavam o trabalho dos ministros como ruim ou péssimo, 31% como regular e 29% como bom ou ótimo. O mesmo instituto mediu a confiança em Alexandre de Moraes: 43% disseram não confiar, 27% confiar pouco e 24% confiar muito. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com 95% de confiança.

“A prestação jurisdicional não é espetáculo; exige contenção”, declarou o novo presidente, afirmando que um Judiciário submisso, inclusive ao populismo, compromete sua credibilidade.

Foco renovado no combate à corrupção

No discurso, Fachin chamou a corrupção de “cupim da República” e prometeu resposta “firme, constante e institucional”, lembrando sua atuação como relator da Operação Lava Jato desde 2017. Nenhuma pessoa, reforçou, está acima das instituições.

Estratégia contra o crime organizado

Entre as propostas, está a criação de uma rede nacional de juízes com competência sobre organizações criminosas, a elaboração de um mapa do crime organizado e um manual de gestão para varas especializadas, além de um pacto interinstitucional para o enfrentamento a essas quadrilhas.

Corte mira privilégios e supersalários

Fachin apontou a necessidade de cortar excessos dentro do próprio Judiciário. “Servidores públicos que somos, temos direito a um padrão remuneratório digno, que não perpetue privilégios”, afirmou. À frente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ele disse que pretende “prevenir, detectar e corrigir condutas potencialmente desviantes”.

Atenção a grupos vulneráveis

O ministro também prometeu priorizar mulheres, negros e pessoas com deficiência na aplicação da Constituição, além de aproximar a Corte da população por meio de linguagem “cidadã”, processos digitais e maior transparência.

Papel de Moraes

Alexandre de Moraes assumiu a vice-presidência do STF e passará a comandar as sessões em eventuais ausências de Fachin. Conhecido pela interlocução política, Moraes deve presidir o Tribunal em dois anos.

Com a posse de Edson Fachin, o STF inicia gestão voltada a recuperar prestígio perante a sociedade, fortalecer o combate a ilícitos e revisar benefícios internos.

Com informações de Gazeta do Povo