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Em posse como ministro, Boulos pede minuto de silêncio por mortos no Rio e mira diálogo com bases populares

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O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) assumiu nesta quarta-feira (29/10/2025) a Secretaria-Geral da Presidência da República, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília. Durante o discurso de posse, o novo ministro solicitou um minuto de silêncio pelas vítimas da operação policial que deixou mais de 120 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, na terça-feira (28).

Boulos substitui Márcio Macêdo, conforme anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 20 de outubro. Lula acompanhou a solenidade, mas não se pronunciou.

Críticas à Faria Lima

Ao abordar a violência no país, Boulos afirmou que “a cabeça do crime organizado não está em um barraco na comunidade; muitas vezes está na Faria Lima”, referência ao principal centro financeiro de São Paulo. O ministro também classificou como “vergonhosa” a escala de trabalho 6 x 1 e puxou o coro “sem anistia”, acrescentando que não dialoga “com quem não quer a soberania do Brasil”.

Agenda de viagens e articulação social

Apresentando-se como “ministro da rua”, o parlamentar disse que viajará por todos os estados para conversar com movimentos sociais, entregadores de aplicativos, motoristas de transporte por aplicativo, católicos, evangélicos e representantes de outras religiões.

A Secretaria-Geral é responsável pela interlocução do governo federal com organizações da sociedade civil. A entrada de Boulos atende a estratégia do Palácio do Planalto de reforçar a ligação com as bases populares e conter críticas de setores da própria esquerda. O PSOL já ocupa outro posto na Esplanada com Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.

Trajetória

Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), Guilherme Boulos integra o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) desde os 20 anos. Foi candidato à Presidência em 2018, alcançando 600 mil votos, e disputou a Prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024, obtendo mais de 2 milhões de votos em cada pleito. A carreira é marcada por processos judiciais, abordagens policiais e detenções ligadas a protestos organizados pelo movimento que lidera.

Com a posse, Boulos passa a despachar em gabinete no Palácio do Planalto enquanto inicia agenda de viagens para, segundo ele, “colocar o povo na rua”.

Com informações de Gazeta do Povo