O Pix superou, na sexta-feira (5), seu próprio recorde diário ao registrar 290 milhões de transações que somaram R$ 164,8 bilhões, informou o Banco Central (BC).
O desempenho ultrapassou a marca anterior, de 276,7 milhões de operações, alcançada em 6 de junho. Para o BC, o resultado reforça a relevância do sistema de pagamentos instantâneos como infraestrutura digital pública para a economia.
Alcance do sistema
Lançado em 2020, o Pix já é utilizado por 82,6% da população brasileira, segundo a autarquia. Até 31 de agosto, o Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT) contabilizava 879,1 milhões de chaves cadastradas. O valor total movimentado até o fim de julho superou R$ 3 trilhões.
Investigação nos Estados Unidos
Há cerca de dois meses, o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) incluiu o Pix em uma investigação aberta com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. O relatório sustenta que a preferência do governo brasileiro pelo sistema distorce a concorrência em serviços digitais e prejudica empresas e trabalhadores norte-americanos.
Medidas de segurança após ataques
O Pix tornou-se alvo de quatro ataques cibernéticos desde julho, três deles com desvio de recursos. Diante das vulnerabilidades identificadas, o BC anunciou, nesta sexta-feira, novas exigências para reforçar a segurança:

Imagem: Bruno Peres
- Limite de R$ 15 mil para operações via Pix e TED efetuadas por instituições de pagamento não autorizadas ou conectadas por Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI);
- Antecipação, de dezembro de 2029 para maio de 2026, do prazo para que instituições de pagamento solicitem autorização ao BC;
- Possibilidade de bancos dos segmentos S1, S2, S3 e S4 (exceto cooperativas) assumirem a responsabilidade pelo Pix de instituições não autorizadas, com 180 dias para atualizar contratos;
- Capital mínimo de R$ 15 milhões para o credenciamento de PSTI.
Principais ocorrências
Os ataques registrados envolveram sistemas de mensageria do Pix:
- 2 de julho – C&M: desvio estimado em mais de R$ 1 bilhão;
- 29 de agosto – Sinqia: desvio estimado em R$ 710 milhões;
- 2 de setembro – Monetarie: desvio estimado em R$ 4,9 milhões;
- 4 de setembro – fintech não identificada: sem indícios de roubo de valores ou dados.
Com a adoção das novas regras, o BC pretende reduzir a exposição do sistema a fraudes e ataques, garantindo a continuidade da expansão do Pix.
Com informações de Gazeta do Povo